Queiroz em pré-campanha celebra mortes no Rio e divulga fake news contra Freixo
Rio
25/05/2022 18h43
O policial militar da reserva é investigado no esquema das rachadinhas, como ficou conhecido o suposto desvio de salários de funcionários-fantasma em gabinetes de parlamentares para beneficiar políticos; em especial o próprio Flávio Bolsonaro. O MP do Rio prepara uma nova denúncia sobre o caso do hoje senador, ex-deputado estadual, após o Superior Tribunal de Justiça anular a maioria das provas do inquérito original.
Queiroz também usou as redes sociais para replicar uma notícia falsa contra o deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ), pré-candidato ao governo do Estado. O bolsonarista atribuiu ao parlamentar declarações de hostilidade às forças de segurança. Segundo o texto falsificado, o deputado acusaria os policiais de "assassinar" moradores "pretos, pobres e favelados" na Vila Cruzeiro. Freixo negou ter feito a postagem, que chamou de "mentira mal contada" e "fake news".
"Estão espalhando em grupos de whatsapp e nas redes sociais uma postagem falsa sobre mim em relação à operação de hoje (ontem, terça-feira, 24) no Alemão", escreveu. "A publicação simula uma publicação no meu perfil no Twitter. A mentira é tão mal contada que ela comete erros básicos. Por exemplo, a postagem falsa passa a quantidade permitida de caracteres no Twitter", escreveu
Na postagem no Instagram, Queiroz replicou o print do falso tuíte atribuído ao parlamentar. Nele, o deputado chamaria os policiais envolvidos nas mortes da operação na Vila Cruzeiro de "criminosos". Também defenderia o fim do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da Polícia Militar e da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core), da Polícia Civil. Na legenda, Queiroz xinga Freixo e diz que o deputado perdeu 22 eleitores, em referência aos mortos na operação. Por isso, afirma, o deputado reclamaria da ação da Polícia.
"Só porque perdeu 22 eleitores. Ah! 22 é BOLSONARO", escreveu Queiroz.
Freixo atribuiu a divulgação da postagem falsa à disputa eleitoral no Rio, onde aparece em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto.
"Segurança Pública é coisa séria e não pode ser usada como arma eleitoral através de fake news. Essa postagem é falsa e não foi feita por mim, já me posicionei sobre isso publicamente. A mentira é tão mal contada que o texto ultrapassa o limite de 280 caracteres permitido pelo Twitter. O que eu defendo é que as políticas públicas e ações policiais sejam realizadas com base em planejamento e inteligência. As maiores apreensões de fuzil foram feitas no aeroporto do Galeão e na casa de um traficante de armas ligado a Ronnie Lessa, assassino de Marielle (Franco, vereadora assassinada em 2018), sem que um tiro tenha sido disparado", diz Freixo.
Procurado pelo Estadão, Queiroz ainda não se pronunciou sobre a publicação.