Niterói pagará a morador que reduzir emissão de gás do efeito estufa
Um programa de neutralização de carbono começará a ser implementado em julho em mil residências da Favela do Caramujo, um bairro de Niterói, região metropolitana do Rio.
Os moradores, após um mês de capacitação, vão começar a perseguir metas de redução de emissões em suas rotinas residenciais. Na medida em que conseguirem resultados, terão direito a receber recursos em forma de arariboias, uma moeda social criada pela prefeitura este ano e já aceita em mais de 30 mil estabelecimentos comerciais.
"É mais fácil do que parece falar sobre mudanças climáticas para as pessoas que estão em situação de vulnerabilidade social", afirma Luciano Paez, secretário de Clima da cidade, administrada pelo engenheiro florestal Axel Grael (PDT), irmão dos medalhistas olímpicos Torben e Lars. "As mudanças climáticas, todos os dados e estudos, mostram que vão ocorrer nas cidades e afetarão, mais ainda, as pessoas em situação de risco", acrescenta Paez.
"Os relatórios do IPCC (painel das Nações Unidas sobre o aquecimento global) deixam claro. Os eventos climáticos extremos vão atingir principalmente as áreas urbanas", diz Flávia Bellaguarda, gerente de Relações Internacionais do Centro Brasil no Clima (CBC)
Para ter uma renda extra - a tabela de valores está atrelada à porcentagem de redução de carbono atingida -, os moradores precisam atuar em três frentes. Aumentar a reciclagem de lixo, diminuir o gasto energético e mudar o hábito de transporte. Bicicletas serão oferecidas pela prefeitura para uso da comunidade. O desenho do programa, que está sendo considerado pioneiro no Brasil, prevê o monitoramento dos processos por parte de assistentes sociais do município.
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