Em evento na BA, Bolsonaro fatura politicamente com queda no preço de combustível
O Nordeste é a região do País onde Bolsonaro marca a maior distância em relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas de intenção de voto. De acordo com a mais recente pesquisa Datafolha, a diferença é de 30 pontos porcentuais (48% a 18%).
O Senado deu aval nesta quinta-feira, inclusive com apoio da oposição, à PEC que, sob a justificativa de amenizar o impacto da alta dos combustíveis sobre a população, contorna a lei eleitoral e dá novo impulso à campanha à reeleição de Bolsonaro. Foi preciso estabelecer emergência pública para permitir a criação de novos benefícios sociais a menos de 100 dias das eleições.
'Estão gostando da baixa dos combustíveis?'
No pronunciamento em Feira de Santana, Bolsonaro afirmou que "não falta dinheiro para atender à população" e tentou faturar politicamente sobre a redução do preço dos combustíveis via desoneração. "Estão gostando da baixa dos combustíveis? Há pouco me culpavam pelo aumento, quando baixa muitos se calam. É um trabalho nosso. Começou com o governo federal abrindo mão dos impostos", declarou o presidente. O "QG da reeleição" vê na alta dos combustíveis o principal obstáculo para o crescimento nas pesquisas.
O texto aprovado nesta quinta-feira, que ainda precisa tramitar na Câmara, sobe o valor do Auxílio Brasil de R$ 400 a R$ 600; cria um voucher de R$ 1 mil para caminhoneiros; dobra o vale-gás a famílias de baixa renda; garante a gratuidade a passageiros idosos nos transportes públicos urbanos e metropolitanos; aumenta recursos do Alimenta Brasil; e cria benefício a taxistas. Além disso, compensa Estados por reduções nas alíquotas do ICMS sobre o etanol.
Tom conservador
O tom conversador não ficou de fora do discurso. "Somos contra o aborto, a liberação das drogas, a ideologia de gênero, somos favoráveis ao armamento do cidadão de bem", disse ainda Bolsonaro, que estava acompanhado do ex-ministro da Cidadania João Roma (PL), pré-candidato ao governo da Bahia.
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