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PF prende empresário de MT por convocar atiradores para protestos contra Lula

São Paulo

07/12/2022 15h58

A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira, 6, um empresário bolsonarista de Mato Grosso por incitar atos considerados antidemocráticos, contrários ao resultado das eleições. Em vídeo publicado nas redes sociais, o homem identificado como Milton Baldin conclamou caminhoneiros e atiradores a reforçarem protestos em apoio ao presidente Jair Bolsonaro em Brasília.

"Gostaria de pedir ao agronegócio, a todos os empresários, que deem férias aos caminhoneiros e mandem eles para Brasília, porque nós precisamos de peso e força aqui. É só 15 dias, não vai fazer diferença. E queria pedir também aos CACs, aos atiradores, que tem armas legais, atiradoras, hoje nós estamos, inclusive eu, 900 mil atiradores, venham aqui mostrar presença", afirmou na gravação realizada no dia 26 de novembro.

"Assim, se nós perdermos essa batalha o que vocês acham que vai acontecer dia 19? Vão entregar as armas e aí o que vão falar? 'Perdeu mané'. E como que a gente vai defender a nossa propriedade e a nossa família?", seguiu.

A prisão de Baldin foi executada por ordem dada pelo ministro Alexandre de Moraes no bojo de uma petição sigilosa em trâmite do Supremo Tribunal federal. O magistrado é relator de investigações centrais na Corte máxima, como o inquérito das milícias digitais, o das fake news.

O ministro também é relator da ação em que foi determinado o desbloqueio de rodovias em todo País travadas por bolsonaristas inconformados com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas urnas. No bojo de tal ação, o Supremo tem recebido informações sobre possíveis líderes e financiadores das manifestações consideradas antidemocráticas.

Os atos considerados antidemocráticos ainda motivaram a abertura de uma apuração derivada do inquérito que mira a organização de manifestações antidemocráticas no dia da Independência em 2021. No bojo de tal petição, que também tramita em sigilo no STF, Alexandre decretou, no último dia 17, o bloqueio de contas de dez pessoas e 33 empresas diante da possibilidade de financiamento dos 'atos ilícitos e antidemocráticos.