Lava Jato deu projeção a advogado piracicabano
Quando Lula estava preso, o advogado se tornou uma espécie de porta-voz. Como advogado, tinha acesso direto ao petista na custódia da Polícia Federal. O então ex-presidente passou 580 dias detido na superintendência da PF no Paraná.
Foi de sua autoria o recurso que provocou uma reviravolta na Lava Jato, com a declaração de parcialidade do ex-juiz Sérgio Moro e a reabilitação política de Lula. Zanin também foi coordenador jurídico da campanha do presidente em 2022.
Zanin entrou na vida do petista por meio do sogro, o também advogado Roberto Teixeira, com quem o presidente mantém amizade de longa data, que remonta ao período das greves dos metalúrgicos no ABC paulista, no fim dos anos 1970 e início de 1980. O provável futuro ministro e o sogro desfizeram uma sociedade de advocacia e romperam relações no ano passado.
Quando começou a advogar para o presidente, Cristiano Zanin Martins não tinha experiência sólida na área criminal. Sua especialidade era em litígios empresariais e recuperações judiciais. Ele trabalhou em casos de grande repercussão, como a recuperação judicial da Varig, a falência da Transbrasil e a revisão do acordo de leniência da J&F.
Aliados do presidente não esconderam a desconfiança assim que o advogado entrou para a equipe. Parte do PT também fazia questão de deixar clara a insatisfação com a estratégia de que Lula só deveria deixar a prisão como um homem livre - o que implicava em não tentar a prisão domiciliar.
Zanin é de Piracicaba (SP). De uma família de classe média, ele tem 47 anos - o que lhe garante, em tese, uma permanência no STF até 2050, uma vez que a aposentadoria compulsória ocorre aos 75 anos.
Zanin e a mulher, a também advogada Valeska Teixeira Zanin Martins, fundaram um novo escritório: o Zanin Martins Advogados. Quem conhece o casal afirma que os dois formam uma dupla profissional alinhada. Eles têm três filhos. Valeska deve continuar à frente do escritório, com a ida do marido para o STF.
LIVRO
A parceria também deu origem ao livro Lawfare: Uma Introdução, em que apresentam a tese que embasou a defesa de Lula na Lava Jato. A estratégia corajosa sempre foi de enfrentamento e confronto direto com a então poderosa força-tarefa de Curitiba e o então juiz Sérgio Moro.
Embora não tenha seguido a vida acadêmica - Zanin não chegou a fazer mestrado -, o advogado influenciou teses jurídicas importantes, como a inconstitucionalidade da condução coercitiva e a revisão da prisão em segunda instância.
O futuro ministro gosta de vinhos e, para acompanhar, costuma pedir frutos do mar. Recentemente, descobriu uma restrição alimentar: ironicamente, sofre de alergia a lula, o molusco.
O indicado de Lula também é visto como "cabeça fria". Sua calma e etiqueta foram colocadas à prova quando foi hostilizado por um bolsonarista no banheiro do aeroporto de Brasília, no início do ano. O advogado permaneceu impassível e não respondeu os ataques e provocações.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.