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Somos atacadas, diz Guajajara sobre reforma que pode tirar mulheres do governo

Sonia Guajajara, durante solenidade para anúncio dos ministros, levou um maracá Imagem: Sergio Lima / AFP

São Paulo

16/08/2023 11h57Atualizada em 16/08/2023 12h49

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, afirmou que as ministras do governo do presidente Lula são atacadas todos os dias quando tentam retirá-las das pastas que comandam para entregar o espaço para homens. O governo federal articula uma troca ministerial em busca de maior apoio no Congresso e os ministérios ocupado por mulheres são os mais cobiçados pelos novos apoiadores.

"É a primeira vez que nós temos o maior número de mulheres ministras na Esplanada dos Ministérios. E, por ser a primeira vez, nós somos atacadas todos os dias, quando querem tirar ainda de nós esse lugar e entregar para os homens. Mas, juntas, nós não vamos permitir", disse Guajajara nesta terça-feira, 15, durante a abertura da Marcha das Margaridas. A manifestação é realizada por mulheres trabalhadoras rurais do Brasil, desde 2000, em busca de direitos trabalhistas.

Ao assumir o terceiro mandato, Lula registrou uma participação feminina recorde na Esplanada dos Ministérios em relação a todo o período pós-redemocratização. Foram 11 ministras convocadas e confirmadas, duas a mais que o recorde anterior, de Dilma Rousseff, que assumiu a Presidência, em 2011, com nove ministras.

Após pouco mais de cinco meses de governo, a primeira troca ministerial a partir de negociações com o Centrão foi de uma mulher. Daniela Carneiro, então ministra do Ministério do Turismo, deixou o cargo no dia 14 de julho e, no lugar, assumiu o deputado federal Celso Sabino (União Brasil-PA).

Filiada ao União Brasil, Daniela era considerada pelo partido como uma escolha pessoal de Lula. Como a então ministra recorreu à Justiça Eleitoral para deixar a legenda, o União passou a pressionar o Planalto, por mais de um mês, para trocá-la por Sabino. Lula, contudo, queria planejar uma "saída honrosa" da agora ex-ministra.

Ministérios e estatais podem sofrer mudanças

A reforma ministerial negociada por Lula mira, sobretudo, ampliar a participação do Centrão no governo, ao nomear deputados indicados por PP e Republicanos como ministros. Para o entorno do presidente, a federação PSDB-Cidadania também deveria ser contemplada - ou ao menos convidada - a participar do Executivo e integrar a base no Congresso.

Os nomes do Centrão já foram escolhidos: são André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE). As pastas, entretanto, ainda são uma questão a ser resolvida pelo governo. Confira os ministérios e estatais que podem ter mudanças.

Ministério da Saúde.

Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.

Ministério dos Esportes.

Ministério dos Direitos Humanos.

Ministério de Portos e Aeroportos.

Embratur.

Funasa.

Correios.

Caixa Econômica Federal.

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