Governador do Rio diz que não faz acordo com bandido e defende penas mais duras para crimes
São Paulo
24/10/2023 11h26
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, afirmou na manhã desta terça-feira, 24, que a sua administração não negocia com os bandidos e com as milícias, que na tarde de segunda-feira, 23, atearam fogo em ônibus, BRTs, um trem e carros de passeio. "Este não é um problema do Rio de Janeiro, é um problema do Brasil, o governo do Rio não faz acordo com bandido", disse o governador, em entrevista realizada nesta manhã.
"Não são mais organizações criminosas pontuais que estão aqui ou ali. Hoje são verdadeiras máfias que estão alastradas pelo Brasil inteiro. Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Rio Grande do Norte, a gente está vendo isso se alastrar a cada dia", disse o governador, destacando que milicianos de, pelo menos, 12 Estados do Pais, estão hoje no Rio de Janeiro.
Na sua avaliação, o combate ao crime é uma questão nacional. Por essa razão, exige uma ação conjunta de todos os entes federativos. Castro informou que vai se reunir nesta quarta-feira com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. E terá encontros também com os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, porque defende penas mais severas para crimes "de terrorismo", como os ocorrido ontem na cidade.
"Ou a gente endurece a legislação, como outros locais do mundo fizeram, ou a gente vai ter essa mistura de México com Colômbia que está se tornando a área da segurança pública", disse, emendando: "Outra frente importante que começo a capitanear é que a gente endureça a legislação federal. Crime de terrorismo tem que ter pena de 30 anos em regime fechado, sem progressão."
Os detidos por suspeita de participação nos ataques aos ônibus na cidade - nesta segunda foram 12 prisões - serão mandados para outros Estados, em presídios federais, por praticarem "ações terroristas", reiterou Castro. Ao menos 35 coletivos foram incendiados na zona oeste do Rio de Janeiro, segundo o sindicato que reúne as empresas de ônibus da capital.
Segundo a Polícia Civil, os ataques foram praticados por um grupo de milicianos em represália à morte de Matheus da Silva Rezende, que era conhecido com Faustão ou Teteu, durante confronto com policiais civis numa favela de Santa Cruz, bairro da zona oeste.