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Gusttavo Lima tem 25% de bet e empresa do cantor agia em lavagem de dinheiro, diz investigação

24/09/2024 14h43

Gusttavo Lima, um dos principais cantores sertanejos do País, é sócio da empresa Vai de Bet, investigada pela Polícia Civil de Pernambuco em operação que apura um esquema de lavagem de dinheiro oriundo de jogos ilegais. É o que afirma a decisão judicial que, na segunda-feira, 23, determinou a prisão preventiva do cantor.

Segundo a sentença, em 1º de julho Lima adquiriu participação de 25% na empresa de apostas esportivas. A empresa do sertanejo é suspeita de ocultar valores oriundos de jogos ilegais.

A defesa do cantor afirmou que a decretação da prisão é "injusta e sem fundamentos legais" e que está tomado as medidas cabíveis para revertê-la.

O Estadão não localizou as defesas de José André da Rocha Neto, da Vai de Bet e da HSF Entretenimento Promoção de Eventos, também citadas no processo.

A Vai de Bet pertence a José André da Rocha Neto, que estava na Grécia junto do sertanejo no dia em que foi deflagrada a Operação Integration. Desde então, o empresário não se apresentou à polícia e é tido como foragido. Gusttavo Lima também é acusado de ter atuado na fuga do empresário. A defesa do empresário já disse, em outras ocasiões, que ele atua dentro da legalidade.

Conforme a juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife, a sociedade na empresa de Rocha Neto, um dos principais investigados na operação, acentua a natureza questionável das "interações financeiras" do cantor. "Essa é uma associação que levanta sérias dúvidas sobre a integridade das transações e a legitimidade dos vínculos estabelecidos", diz a juíza.

Foi para a empresa J.M.J. Participações Ltda, de Rocha Neto, que Gusttavo Lima teria vendido seu avião, um Cessna Aircratf, tendo recebido depósitos em seis diferentes datas (entre fevereiro e julho deste ano), em valores que somam R$ 22,2 milhões.

O avião foi apreendido pela justiça no aeroporto de Jundiaí, no interior de São Paulo. Segundo a decisão judicial, a empresa de Lima atuou para "ocultar/dissimular a disposição e propriedade da aeronave".

Na decisão de segunda-feira, a juíza afirma ainda, com base na investigação policial, que a Balada Eventos e Produções Ltda, de Gusttavo Lima, é responsável por ocultar valores provenientes de jogos ilegais da HSF Entretemimento Promoção de Eventos, ao receber dela repasses de R$ 9,8 milhões.

A investigação aponta ainda que a empresa GSA, também pertencente a Gusttavo Lima, teria ocultado valores provenientes dos jogos ilegais, guardando em cofre da empresa R$ 112 mil e 4,7 mil euros, além de mil dólares.

Segundo consta na decisão, a autoridade policial sustenta haver "indícios suficientes de participação dele no crime de lavagem de dinheiro".

A Operação Integration, da Polícia Civil de Pernambuco, não mira diretamente os sites de apostas esportivas (bets), mas o uso dessas plataformas para lavar dinheiro de atividades ilegais, como o jogo do bicho. Um dos relatório da investigação diz que o site Esportes da Sorte era usado para ocultar receitas oriundas do jogo do bicho, como mostrou o Estadão. A empresa nega irregularidades.

O que diz a defesa

Em nota, a defesa de Gusttavo Lima informou que as medidas cabíveis já estão sendo adotadas para reverter o mandado de prisão contra o cantor. "Ressaltamos que é uma decisão totalmente contrária aos fatos já esclarecidos pela defesa do cantor e que não serão medidos esforços para combater juridicamente uma decisão injusta e sem fundamentos legais."

Segundo a nota, a inocência do artista será devidamente demonstrada, "pois acreditamos na Justiça brasileira". "O canto Gusttavo Lima jamais seria conivente com qualquer fato contrário ao ordenamento de nosso país e não há qualquer envolvimento dele ou de suas empresas com o objeto da operação deflagrada pela Polícia pernambucana."

A defesa esclarece que os autos tramitam em segredo de justiça e que qualquer violação a esse instituto será objeto de reparação e responsabilização aos infratores.

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