Braga Netto diz manter lealdade a Bolsonaro e nega tentativa de golpe
O general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil de Jair Bolsonaro, afirmou neste sábado (23) que foi um dos poucos a manter lealdade ao ex-presidente. Indiciado pela PF (Polícia Federal) em inquérito que investiga tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, o militar negou que tenha tratado do plano.
"Nunca se tratou de golpe, e muito menos de plano de assassinar alguém. Agora parte da imprensa surge com essa tese fantasiosa e absurda de "golpe dentro do golpe". Haja criatividade", escreveu Braga Netto, em seu perfil no X (antigo Twitter), ao publicar uma nota de sua defesa.
O documento, assinado pelos advogados de Braga Netto, diz que o ex-ministro "sempre primou pela correção ética e moral na busca de soluções legais e constitucionais" e elenca cargos que ele ocupou, como o de interventor na Segurança Pública do Rio de Janeiro no governo Michel Temer, além dos postos no Exército.
"Lembra, ainda, que durante o governo passado foi um dos poucos, entre civis e militares, que manteve lealdade ao Presidente Bolsonaro até o final do governo, em dezembro de 2022 e a mantém até os dias atuais, por crença nos mesmos valores e princípios inegociáveis", afirma outro trecho da nota.
Nunca se tratou de golpe, e muito menos de plano de assassinar alguém.
-- Braga Netto (@BragaNetto_gen) November 23, 2024
Agora parte da imprensa surge com essa tese fantasiosa e absurda de "golpe dentro do golpe".
Haja criatividade? pic.twitter.com/PdZalNu5ew
A defesa de Braga Netto diz acreditar que "observância dos ritos do devido processo legal" elucidará a verdade dos fatos e as responsabilidades de cada um dos envolvidos nos inquéritos da PF.
Na última quinta-feira (21), Braga Netto, Bolsonaro e outras 35 pessoas foram indiciadas por tentativa de golpe de Estado em 2022 para impedir a posse do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
A PF atribui a Braga Netto envolvimento direto com a ação de "kids pretos" mobilizados para a Operação Punhal Verde e Amarelo, missão orquestrada para matar Lula, o então vice-presidente eleito Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), então presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
De acordo com a PF, a missão que empregou até viaturas oficiais da Força foi acertada em uma reunião na casa de Braga Netto. O grupo clandestino intitulou de Operação "Copa 2022" o monitoramento de Moraes no dia 15 de dezembro daquele ano — a 16 dias da posse de Lula.
Segundo o inquérito da Operação Contragolpe, Braga Neto era peça-chave no plano de golpe de Estado - o general seria o coordenador-geral de um hipotético "Gabinete Institucional de Gestão da Crise" caso a ruptura ocorresse.
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