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Governo de SP gastou mais de R$ 700 mi para comprar câmeras, armas e equipamentos desde 2023

São Paulo

06/01/2025 16h10

O governo de São Paulo divulgou um balanço em que informa que utilizou R$ 708,2 milhões para investimento em equipamentos e tecnologia para as forças de segurança do Estado desde 2023. As aquisições incluem 16,5 mil armas, 12 mil câmeras corporais, 20,8 mil coletes, 1.607 viaturas e um helicóptero modelo H135.

De acordo com o capitão Gustavo Maciel, do Grupo Setorial de Planejamento, Orçamento e Finanças Públicas da Secretaria de Segurança Pública, a escolha dos materiais segue critérios do Plano Plurianual, que define como o orçamento deve ser aplicado para alcançar objetivos concretos. "Temos uma ação orçamentária que se chama Integração e Combate ao Crime Organizado, com o objetivo de aparelhar as polícias com equipamentos e veículos necessários para que elas possam enfrentar o crime", afirmou.

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O helicóptero Águia 33, adquirido em julho de 2023 por R$ 52,9 milhões, é o primeiro da frota com turbina leve e equipamentos aeromédicos. A aeronave foi usada em resgates e operações para controlar incêndios florestais.

Além dos equipamentos, o governo informou que, desde 2023, foram entregues ou reformadas 37 unidades da Polícia Civil, ao custo de R$ 104,4 milhões. Outros R$ 26,9 milhões foram aplicados em 20 batalhões e quartéis da Polícia Militar, e R$ 24,6 milhões financiaram quatro unidades da Superintendência da Polícia Técnico-Científica. No Corpo de Bombeiros, houve dez reformas ou manutenções.

O governo afirmou que os investimentos visam preparar as polícias Militar, Civil, Técnico-Científica e o Corpo de Bombeiros para enfrentar o crime organizado, ao mesmo tempo em que garantem maior proteção individual dos agentes durante as operações.

O balanço divulgado nesta semana ocorre em paralelo a outras ações anunciadas, como o reforço no efetivo policial com 7,8 mil novos agentes em 2024, o maior número nos últimos 14 anos, de acordo com o governo do Estado.

Violência policial

A polícia de São Paulo matou 496 pessoas de janeiro a setembro de 2024, conforme divulgou a Secretaria da Segurança Pública. É o maior número para o período desde 2020, quando a polícia matou 575 pessoas de janeiro a setembro. Trata-se de um crescimento de 75% em relação ao mesmo período de 2023, quando houve 283 óbitos.

Em dezembro, após uma sequência de casos de violência policial, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que estava errado ao criticar as câmeras corporais e ao incentivar o confronto como forma de atuação policial.

No mesmo mês, o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), divulgou uma decisão que instituiu o uso obrigatório das câmeras corporais pelos policiais militares de São Paulo. Os equipamentos são obrigatórios em três situações: operações de "grande envergadura", incursões em "comunidades vulneráveis para restaurar a ordem pública" e operações para responder ataques a policiais militares. A decisão estabelece que, com o tempo, o governador amplie a instalação dos aparelhos para além das situações prioritárias.

A Secretaria de Segurança Pública alegou que não há aparelhos suficientes para os cerca de 80 mil policiais. Barroso ponderou que, neste momento, o governo pode priorizar as regiões em que há disponibilidade dos equipamentos, mas deve distribuir as câmeras "estrategicamente" em áreas com maior índice de letalidade policial.

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