São Martinho tem queda de 25% no lucro líquido, para R$ 157,921 milhões
São Paulo, 10 - O Grupo São Martinho reportou um lucro líquido de R$ 157,921 milhões no terceiro trimestre do ano-safra 2024/25, encerrado em 31 de dezembro. O resultado representa queda de 25% em relação ao registrado em igual período da safra 2023/24, que foi de R$ 210,635 milhões. Segundo a empresa, a redução foi causada principalmente pelo término do recebimento das parcelas do Precatório Copersucar (IAA), efeito que foi parcialmente compensado pela expansão do Ebitda ajustado no trimestre.O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da companhia sucroenergética avançou 50,4% na mesma base de comparação, atingindo R$ 1,058 bilhão. No release de resultados, a São Martinho atribuiu esse crescimento ao melhor desempenho do etanol e ao reconhecimento de créditos tributários no período.A receita líquida do Grupo São Martinho alcançou R$ 1,845 bilhão no terceiro trimestre da safra, crescimento de 14,6% na comparação anual. A receita foi impulsionada pelo maior volume de etanol vendido e por preços mais elevados. A receita com etanol subiu 49,2% no trimestre, enquanto a do açúcar caiu 8,3% devido à redução dos volumes e dos preços praticados.O lucro caixa somou R$ 186,438 milhões no trimestre, alta de 11% em relação a igual período da temporada passada. A alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda, recuou de 1,66 vez em dezembro de 2023 para 1,34 vez no fim de 2024.Nos nove meses da safra 2024/25, a companhia processou 21,8 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, volume 5,5% inferior ao registrado em igual período da safra 2023/24, de 23,067 milhões de toneladas. Isso refletiu a menor disponibilidade de cana própria (-8,1%) em decorrência de queimadas e chuvas intensas no período.A produção de açúcar totalizou 1,329 milhão de toneladas, queda de 9,5% na mesma base de comparação. Já a produção de etanol somou 1,176 bilhão de litros, alta de 8,9% em relação ao ano anterior. O avanço foi de 6,4% para o etanol de cana e de 27% para o etanol produzido a partir do milho A operação de milho também foi responsável crescimento de 25,4% na produção de grãos secos de destilaria (DDGS).No acumulado de nove meses da safra, a receita líquida com a venda de açúcar cresceu 9,2% frente ao mesmo período da safra anterior, totalizando R$ 2,661 bilhões, impulsionada pelo aumento no volume comercializado (+7,7%) e por melhores preços (+1,5%). No mesmo intervalo, a receita com etanol totalizou R$ 2,210 bilhões, um avanço de 41,6%, reflexo do maior volume de vendas (+35,2%) e do aumento nos preços (+4,7%).Em 31 de dezembro de 2024, a empresa já havia fixado preços para cerca de 170 mil toneladas de açúcar da safra 2024/25, a um valor médio de aproximadamente R$ 2.399 por tonelada. Para a safra 2025/26, as fixações somavam cerca de 499 mil toneladas, a um preço médio de R$ 2.556 por tonelada.O resultado financeiro gerou uma despesa de R$ 132,8 milhões no terceiro trimestre da safra 2024/25, 18,1% maior em relação a igual período da temporada anterior. No acumulado dos nove meses, a despesa financeira totalizou R$ 313,1 milhões, alta de 9,2%, reflexo do aumento da dívida líquida no trimestre e ao longo da safra, segundo a companhia. Em 31 de dezembro de 2024, a dívida líquida da São Martinho era de R$ 5,1 bilhões, uma expansão de 54,9% em comparação com o valor registrado em 31 de março.
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