Professora morta em SP: polícia investiga ex-mulher por enviar R$ 5.000 a suspeito

A veterinária Fernanda Fazio, presa desde 9 de maio após ser apontada como mandante do assassinato da professora Fernanda Bonin, teria feito duas transferências bancárias para um dos suspeitos de executar o crime.

Os valores, que somam cerca de R$ 5.000, teriam sido enviados para a conta de João Paulo Bourquin, o homem que aparece em imagens de câmeras abandonando o carro da educadora próximo ao local em que o corpo dela foi encontrado. À polícia, ele nega participação.

A reportagem não conseguiu contato com a defesa do investigado. A defesa da professora diz que só vai se manifestar após a conclusão do inquérito.

Conforme a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) as investigações prosseguem sob sigilo. Fontes da Polícia Civil confirmaram ao Estadão que as transferências são investigadas.

A professora, de 42 anos, foi encontrada morta no dia 28 de abril, em um terreno próximo ao Autódromo de Interlagos, na zona sul de São Paulo. Ela tinha um cadarço enrolado no pescoço e sinais de estrangulamento.

Bourquin é o homem que aparece em imagens de câmeras de segurança, na companhia de uma mulher, abandonando o carro da vítima. Na casa do investigado, a polícia também encontrou grande quantidade de cadarços - o homem afirmou que coleciona esses objetos.

Outros dois homens, Ivo Rezende dos Santos e Rosemberg Joaquim de Santana, também são suspeitos de participação direta na morte da professora. A investigação chegou até eles após a análise de mensagens encontradas no celular de Fernanda Fazio.

Rosemberg prestava serviços para a veterinária. Ele está preso, mas Ivo ainda não foi encontrado. A reportagem não conseguiu contato com as defesas deles. A Polícia Civil aguarda a conclusão de laudos para encerrar o inquérito.

Motivação do crime

A veterinária e a professora foram casadas durante cerca de 8 anos, período em que tiveram dois filhos. Há pouco mais de um ano o casal se separou. A polícia acredita que a motivação do crime pode ter sido não aceitação do término por parte de Fernanda Fazio, de 45 anos. Isso ainda está em apuração.

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Fernanda Bonin era professora de matemática em um colégio particular da capital. Na noite de 27 de abril, por volta das 18h50, ela saiu do prédio onde morava atendendo a um pedido da ex-mulher, que alegou um problema mecânico com o carro, que estaria parado na Avenida Jaguaré, na zona oeste. A professora desapareceu após sair do edifício.

O corpo dela foi encontrado na manhã seguinte. Ouvida pela polícia, a veterinária disse que, meia hora depois de ter enviado mensagens para a ex-esposa, seu carro voltou a funcionar. Ela se dirigiu ao prédio de Fernanda Bonin e foi informada de que sua ex-mulher não se encontrava. Inicialmente, o caso foi investigado como latrocínio, uma vez que o carro e objetos da vítima tinham sido levados.

A reviravolta começou quando a polícia conseguiu imagens de um casal abandonando o veículo da professora - uma Tucson prata - em uma rua próxima ao local em que o corpo foi encontrado. No dia 7 de maio, a Justiça decretou a prisão temporária de João Paulo Bourquin, reconhecido nas imagens. Ele negou participação no crime e disse que apenas se desfez do carro.

A mulher que aparece nas imagens, identificada como Jane Maria da Silva, também teve a prisão decretada e se apresentou à polícia - ela nega participação no crime.

Dois dias depois, a Justiça decretou a prisão de Fernanda Fazio, que se entregou no escritório de sua advogada. O caso passou a ser investigado como feminicídio. A Polícia Civil aguarda a entrega de laudos para concluir o inquérito.

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