Qual o legado que a Copa deixará para o Brasil?
SÃO PAULO, 19 MAR (ANSA) - Uma das perguntas mais recorrentes sobre os valores gastos para a Copa do Mundo e para as Olimpíadas foi tema de debate entre empresários e o Secretário Executivo do Ministério do Esporte, Luis Fernandes: o que esses eventos deixarão para o povo brasileiro? Para eles, a Copa deixará muitos aprendizados e benefícios permanentes.
Para Fernandes, a Copa do Mundo cumpre seu papel catalisador, ao afirmar que o evento "antecipou obras e acelerou projetos" que já estavam prontos ou que precisavam ser feitos. Além disso, a luta do governo federal para a escolha de 12 sedes - ao invés de oito ou 10 - foi justamente para fomentar e atrair a atenção para pólos regionais. Segundo o secretário, a expansão em cidades que não tinham obras de infraestrutura suficientes, aumentou.
Neste ponto, o presidente do Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB), Roberto Rotter, concordou. Ele preside uma entidade que possui mais de 10 mil hotéis filiados e mostrou um crescimento nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste na questão de unidades habitacionais. Mas, o que fazer nessas regiões após a competição? Para a presidente da rede Blue Tree Hotels, Chieko Aoki, a solução é usar a criatividade. "Em uma cidade africana, para fomentar o turismo, o governo local criou uma visitação às enormes jacarandás que existem no país. Já em Singapura, a escolha foi por treinar toda a cadeia turística do país a receber bem os turistas e dar-lhe uma experiência inesquecível", destacou Aoki. Aoki também destacou que todas as pesquisas de opinião mostram que mais de 80% dos visitantes que vem ao país, voltariam mais de uma vez. "Então, porque não criar um projeto turístico que o faça conhecer as cinco regiões do Brasil?", sugere a presidente.
Turismo Um dos maiores legados da Copa do Mundo será a visibilidade que o Brasil ganhou e ganhará nos próximos anos. Segundo Aoki, a recepção do evento no exterior é imensa. "Sempre que vou ao Japão, todos ficam me perguntando que Brasil é esse que consegue ter os dois maiores eventos do mundo?", destacou a empresária.
Ela afirmou que a oportunidade é única para gerar mais visitas após o evento.
De acordo com Rotter, são 200 mil diárias para a Copa em todo o país e o segmento hoteleiro apresentou crescimento de 2,6% na oferta de novos quartos desde 2007, quando o Brasil foi anunciado como sede dos eventos. Ele ainda acrescentou que o país teve que se adaptar ao novo tipo de turista que virá para a Copa e que o setor mudou nesse quesito. "Eles são diferentes.
Nosso público, geralmente, é corporativo. Por isso, para se preparar para o evento, aumentou o número de hospedagens mais econômicas e de nível intermediário", destacou Rotter.
O secretário do ministério do Esporte afirmou que o número de turistas ultrapassará a barreira dos 3,6 milhões. Segundo ele, a alta procura pelos ingressos da Copa mostrou que a previsão do governo está abaixo do número de pessoas que realmente virão ao país. Os dados devem ser finalizados até o final do mês de março.
Economia e Mobilidade Fernandes afirmou que os dois eventos gerarão cerca de 700 mil empregos (entre fixos e temporários) e que o governo calcula que o impacto indireto na economia seja de mais de R$ 183 bilhões - cerca de 0,4% do PIB.
As críticas mais constantes às obras da Copa recaem sobre a questão da mobilidade. Ao ser questionado do porquê de tantas obras não estarem prontas, Fernandes respondeu que "em abril, maio e junho serão inaugurados muitos projetos nas 12 cidades-sede" e que o que não ficar pronto, teve com a Copa "a aceleração que não iria ter sem a realização do evento". Manifestações Um dos pontos que gerou mais preocupação para os organizadores e para os empresários, foram as manifestações que começaram antes da Copa das Confederações e seguem até os dias de hoje. Segundo Rotter, o setor hoteleiro não sofreu impacto nas reservas por causa dos protestos. Já Aoki falou que o feedback que recebeu do exterior foi positivo, afinal o povo finalmente mostrou com o que estava insatisfeito e que não vê nenhum problema para os hotéis com os protestos.
Já Fernandes destacou que as manifestações foram um marco para mostrar ao mundo que é possível "ser uma democracia e deixar os cidadãos protestarem" e ao mesmo tempo sediar com sucesso a Copa das Confederações. Para ele, o governo está preparado para enfrentar as situações contrárias à Copa. Ao ser questionado se faltou transparência na comunicação do governo com a população - para mostrar o legado positivo da Copa. Ele afirmou que "o governo acreditava que, pelo Brasil ser o país do futebol, as pessoas abraçariam normalmente o evento. Talvez, tenha-se concentrado demais na construção das obras e deixou-se um pouco de lado a promoção com a população". No entanto, ele acredita que os brasileiros se emocionaram muito com a Copa". (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
Para Fernandes, a Copa do Mundo cumpre seu papel catalisador, ao afirmar que o evento "antecipou obras e acelerou projetos" que já estavam prontos ou que precisavam ser feitos. Além disso, a luta do governo federal para a escolha de 12 sedes - ao invés de oito ou 10 - foi justamente para fomentar e atrair a atenção para pólos regionais. Segundo o secretário, a expansão em cidades que não tinham obras de infraestrutura suficientes, aumentou.
Neste ponto, o presidente do Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB), Roberto Rotter, concordou. Ele preside uma entidade que possui mais de 10 mil hotéis filiados e mostrou um crescimento nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste na questão de unidades habitacionais. Mas, o que fazer nessas regiões após a competição? Para a presidente da rede Blue Tree Hotels, Chieko Aoki, a solução é usar a criatividade. "Em uma cidade africana, para fomentar o turismo, o governo local criou uma visitação às enormes jacarandás que existem no país. Já em Singapura, a escolha foi por treinar toda a cadeia turística do país a receber bem os turistas e dar-lhe uma experiência inesquecível", destacou Aoki. Aoki também destacou que todas as pesquisas de opinião mostram que mais de 80% dos visitantes que vem ao país, voltariam mais de uma vez. "Então, porque não criar um projeto turístico que o faça conhecer as cinco regiões do Brasil?", sugere a presidente.
Turismo Um dos maiores legados da Copa do Mundo será a visibilidade que o Brasil ganhou e ganhará nos próximos anos. Segundo Aoki, a recepção do evento no exterior é imensa. "Sempre que vou ao Japão, todos ficam me perguntando que Brasil é esse que consegue ter os dois maiores eventos do mundo?", destacou a empresária.
Ela afirmou que a oportunidade é única para gerar mais visitas após o evento.
De acordo com Rotter, são 200 mil diárias para a Copa em todo o país e o segmento hoteleiro apresentou crescimento de 2,6% na oferta de novos quartos desde 2007, quando o Brasil foi anunciado como sede dos eventos. Ele ainda acrescentou que o país teve que se adaptar ao novo tipo de turista que virá para a Copa e que o setor mudou nesse quesito. "Eles são diferentes.
Nosso público, geralmente, é corporativo. Por isso, para se preparar para o evento, aumentou o número de hospedagens mais econômicas e de nível intermediário", destacou Rotter.
O secretário do ministério do Esporte afirmou que o número de turistas ultrapassará a barreira dos 3,6 milhões. Segundo ele, a alta procura pelos ingressos da Copa mostrou que a previsão do governo está abaixo do número de pessoas que realmente virão ao país. Os dados devem ser finalizados até o final do mês de março.
Economia e Mobilidade Fernandes afirmou que os dois eventos gerarão cerca de 700 mil empregos (entre fixos e temporários) e que o governo calcula que o impacto indireto na economia seja de mais de R$ 183 bilhões - cerca de 0,4% do PIB.
As críticas mais constantes às obras da Copa recaem sobre a questão da mobilidade. Ao ser questionado do porquê de tantas obras não estarem prontas, Fernandes respondeu que "em abril, maio e junho serão inaugurados muitos projetos nas 12 cidades-sede" e que o que não ficar pronto, teve com a Copa "a aceleração que não iria ter sem a realização do evento". Manifestações Um dos pontos que gerou mais preocupação para os organizadores e para os empresários, foram as manifestações que começaram antes da Copa das Confederações e seguem até os dias de hoje. Segundo Rotter, o setor hoteleiro não sofreu impacto nas reservas por causa dos protestos. Já Aoki falou que o feedback que recebeu do exterior foi positivo, afinal o povo finalmente mostrou com o que estava insatisfeito e que não vê nenhum problema para os hotéis com os protestos.
Já Fernandes destacou que as manifestações foram um marco para mostrar ao mundo que é possível "ser uma democracia e deixar os cidadãos protestarem" e ao mesmo tempo sediar com sucesso a Copa das Confederações. Para ele, o governo está preparado para enfrentar as situações contrárias à Copa. Ao ser questionado se faltou transparência na comunicação do governo com a população - para mostrar o legado positivo da Copa. Ele afirmou que "o governo acreditava que, pelo Brasil ser o país do futebol, as pessoas abraçariam normalmente o evento. Talvez, tenha-se concentrado demais na construção das obras e deixou-se um pouco de lado a promoção com a população". No entanto, ele acredita que os brasileiros se emocionaram muito com a Copa". (ANSA)
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