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Sequestrador e mulher eram um casal educado, diz vizinha francesa

Hayat Boumeddiene, a parceira de Amedy Coulibaly, é o principal alvo da polícia francesa - AFP
Hayat Boumeddiene, a parceira de Amedy Coulibaly, é o principal alvo da polícia francesa Imagem: AFP

Em Fontenay-aux-Roses

10/01/2015 12h13Atualizada em 10/01/2015 16h52

Amedy Coulibaly, 32, e Hayat Boumeddiene, 26, eram um casal tranquilo, educado e cordial. Por isso, alguns de seus vizinhos ficaram surpresos quando descobriram que ele foi o responsável pelo sequestro em um mercado kosher (judaico) de Paris, que terminou com quatro reféns mortos na última sexta-feira (9).

"Eles eram muito gentis, muito cordiais. Ela saía cedo para trabalhar, enquanto ele frequentemente não estava em casa. Estamos chocados, meus filhos não querem nem sair de casa", contou à ANSA uma mulher que mora ao lado da residência do casal. Coulibaly foi morto pela polícia, mas Boumeddiene continua foragida. Um mandado de busca por Hayat foi expedido na sexta-feira (9). Anteriormente, no entanto, reportagens na imprensa internacional davam conta de que a suspeita teria estado com Coulibaly quando uma policial foi morta na capital.

O casal residia em Fontenay-aux-Roses, cidade situada nos subúrbios da capital francesa. "Eu me lembro que quando ela veio viver aqui já usava véu, mas estava sempre com amigas e guiava uma moto", disse a vizinha.

Mais tarde, a jovem trocou as duas rodas por um Renault Clio. Coulibaly e Boumeddiene eram casados apenas no religioso e passaram a dividir o mesmo teto há cerca de dois anos.

Na porta da casa deles, um adesivo com a frase "Je suis Charlie" ("Eu sou Charlie", em referência ao jornal "Charlie Hebdo") aparece rasgado.

Antes de ser morto pela polícia, Coulibaly afirmou que agia para defender os "muçulmanos oprimidos no mundo e, em particular, na Palestina". A declaração foi revelada pela emissora BFM-TV, que falou por telefone com o assassino.

Uma testemunha do sequestro contou ao mesmo canal que Coulibaly não tinha medo de morrer e sabia que perderia sua vida. "Ele estava armado com dois [fuzis] Kalashnikov, uma faca e uma pistola. Ele entrou disparando, ficamos por horas ao lado de dois cadáveres", disse a fonte.