Com um ano no poder, Tsipras vive momento decisivo
ROMA, 26 JAN (ANSA) - O governo do premier da Grécia, Alexis Tsipras, um ano depois da vitória que levou pela primeira vez um partido de extrema-esquerda ao poder na Europa, se prepara para enfrentar dois dos capítulos mais delicados de sua agenda reformista: a administração pública e o sistema de frequências televisivas.
O projeto referente ao primeiro item - recém-chegado ao Parlamento - tem o objetivo declarado de "modernizar" a gestão estatal e libertá-la das interferências dos partidos políticos.
Segundo Tsipras, essa iniciativa modifica radicalmente a estrutura e o modo como o setor público grego se organiza, combatendo o clientelismo, a corrupção e o nepotismo. A reforma foi uma das exigências da União Europeia para liberar um terceiro pacote de resgate ao país.
O projeto propõe um sistema de avaliação duplo (pela primeira vez, todos os dirigentes públicos serão avaliados pelos próprios subordinados) e institui um novo modo de contratações de alto escalão, baseado na meritocracia e na transparência. Ele ainda estabelece que o cargo de secretário-geral de um ministério seja dado a funcionários de carreira, por um mandato de cinco anos, e amplia os poderes do Centro Nacional para a Administração Pública, que assumirá um papel de monitoramento.
Politicamente ainda mais espinhosa é a reforma das frequências de televisão, por anos entregues a vários grupos econômicos que usaram os canais como instrumento de pressão. O projeto já foi aprovado pelo Parlamento em outubro passado, mas agora o governo está para nomear os componentes do Conselho para a Televisão (CNRTV), organismo independente que deverá supervisionar as licitações para obtenção de concessões - que durarão uma década.
As disputas excluirão sujeitos envolvidos no mercado publicitário, empreendedores com contratos com o governo e pessoas condenadas na justiça ou sem certificados de regularidade fiscal. Tsipras assumiu o poder em janeiro de 2015, sustentado por um amplo apoio popular, mas a deterioração das condições econômicas do país enfraqueceu o seu gabinete, principalmente perante as instituições europeias, com quem negociava o fim das medidas de austeridade.
Em junho passado, o primeiro-ministro convocou um referendo sobre as restrições impostas por Bruxelas, mas logo depois contrariou a vontade das urnas e aceitou um duro acordo com a União Europeia em troca de uma nova ajuda financeira, o que lhe fez perder o apoio da ala mais radical do seu partido, o Syriza.
Por conta disso, decidiu renunciar e convocar eleições, quando renovou seu mandato e reforçou sua base de apoio parlamentar.
Desde então, Tsipras vem tentando implantar as reformas exigidas pela UE. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
O projeto referente ao primeiro item - recém-chegado ao Parlamento - tem o objetivo declarado de "modernizar" a gestão estatal e libertá-la das interferências dos partidos políticos.
Segundo Tsipras, essa iniciativa modifica radicalmente a estrutura e o modo como o setor público grego se organiza, combatendo o clientelismo, a corrupção e o nepotismo. A reforma foi uma das exigências da União Europeia para liberar um terceiro pacote de resgate ao país.
O projeto propõe um sistema de avaliação duplo (pela primeira vez, todos os dirigentes públicos serão avaliados pelos próprios subordinados) e institui um novo modo de contratações de alto escalão, baseado na meritocracia e na transparência. Ele ainda estabelece que o cargo de secretário-geral de um ministério seja dado a funcionários de carreira, por um mandato de cinco anos, e amplia os poderes do Centro Nacional para a Administração Pública, que assumirá um papel de monitoramento.
Politicamente ainda mais espinhosa é a reforma das frequências de televisão, por anos entregues a vários grupos econômicos que usaram os canais como instrumento de pressão. O projeto já foi aprovado pelo Parlamento em outubro passado, mas agora o governo está para nomear os componentes do Conselho para a Televisão (CNRTV), organismo independente que deverá supervisionar as licitações para obtenção de concessões - que durarão uma década.
As disputas excluirão sujeitos envolvidos no mercado publicitário, empreendedores com contratos com o governo e pessoas condenadas na justiça ou sem certificados de regularidade fiscal. Tsipras assumiu o poder em janeiro de 2015, sustentado por um amplo apoio popular, mas a deterioração das condições econômicas do país enfraqueceu o seu gabinete, principalmente perante as instituições europeias, com quem negociava o fim das medidas de austeridade.
Em junho passado, o primeiro-ministro convocou um referendo sobre as restrições impostas por Bruxelas, mas logo depois contrariou a vontade das urnas e aceitou um duro acordo com a União Europeia em troca de uma nova ajuda financeira, o que lhe fez perder o apoio da ala mais radical do seu partido, o Syriza.
Por conta disso, decidiu renunciar e convocar eleições, quando renovou seu mandato e reforçou sua base de apoio parlamentar.
Desde então, Tsipras vem tentando implantar as reformas exigidas pela UE. (ANSA)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.