Político italiano é atacado por usar barriga de aluguel
ROMA, 29 FEV (ANSA) - Em meio às discussões sobre o projeto que autoriza a união civil entre pessoas do mesmo sexo na Itália, mas não permite a adoção por parte de casais gays, o presidente do partido Esquerda, Ecologia e Liberdade (SEL, na sigla em italiano), Nichi Vendola, homossexual assumido, anunciou o nascimento de um filho proveniente de barriga de aluguel nos Estados Unidos.
A criança foi gestada por uma mulher californiana e será criada pelo político e por seu companheiro, o canadense Ed Testa, no país europeu. No entanto, a paternidade de Vendola não ficou imune às críticas em uma nação com tradições católicas ainda fortemente arraigadas, principalmente por parte do partido de extrema-direita Liga Norte.
O secretário-geral da legenda, Matteo Salvini, afirmou que em um supermercado se compra "DVDs e lava-louças, mas não crianças".
"Desejo o melhor a esse menino que nasce, mas digo que esse é um ato de egoísmo de dois adultos, uma aberração", declarou o político a um programa de TV local.
Assim como o SEL, a Liga Norte faz oposição ao governo de Matteo Renzi, mas por meio de uma ideologia ultraconservadora e muitas vezes próxima à xenofobia. Não contente com as palavras proferidas na televisão, Salvini também usou o Twitter para atacar a paternidade do colega. "Vendola e o companheiro se tornaram papais alugando o útero de uma mulher californiana.
Para mim isso não é futuro, isso é um nojento egoísmo", escreveu.
Já o líder esquerdista rebateu que "não há vulgaridade dos esquadrões da política que possam perturbar a felicidade que o nascimento de um bebê provoca". "Compartilho com o meu companheiro uma escolha e um percurso que estão anos-luz da expressão 'barriga de aluguel'", disse.
Segundo Vendola, seu filho é fruto de uma "belíssima história de amor" e a mulher que o abrigou durante nove meses faz parte da vida do casal. O presidente do SEL tem 57 anos e governou a região da Púglia, no sul da Itália, por uma década. Atualmente, lidera o principal partido de esquerda que faz oposição a Renzi, que representa um grupo político progressista, porém mais próximo ao centro.
Quem saiu em defesa de Vendola foi a sua correligionária Laura Boldrini, presidente da Câmara dos Deputados, que afirmou ter ouvido comentários "vulgares e grosseiros" sobre o assunto.
"Ninguém pode dar um parecer tão duro contra um recém-nascido", acrescentou.
Por outro lado, o site católico "Famiglia Cristiana" ("Família Cristã") questionou a própria ideologia do ex-governador da Púglia. "Para satisfazer um desejo, o paladino dos pobres e dos oprimidos foi ao exterior como um rico senhor, fez órfão da mãe um menino e enganou a Constituição e as leis da República. Mas não era um homem de esquerda?", disse o portal.
Atualmente, a lei italiana proíbe pessoas do mesmo sexo de se casarem, de adotarem filhos e de recorrerem à reprodução assistida, por isso muitos acabam viajando ao exterior para realizar o sonho da maternidade e da paternidade. Atualmente, se discute um projeto para permitir a união civil gay, mas sem a possibilidade de adoção. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
A criança foi gestada por uma mulher californiana e será criada pelo político e por seu companheiro, o canadense Ed Testa, no país europeu. No entanto, a paternidade de Vendola não ficou imune às críticas em uma nação com tradições católicas ainda fortemente arraigadas, principalmente por parte do partido de extrema-direita Liga Norte.
O secretário-geral da legenda, Matteo Salvini, afirmou que em um supermercado se compra "DVDs e lava-louças, mas não crianças".
"Desejo o melhor a esse menino que nasce, mas digo que esse é um ato de egoísmo de dois adultos, uma aberração", declarou o político a um programa de TV local.
Assim como o SEL, a Liga Norte faz oposição ao governo de Matteo Renzi, mas por meio de uma ideologia ultraconservadora e muitas vezes próxima à xenofobia. Não contente com as palavras proferidas na televisão, Salvini também usou o Twitter para atacar a paternidade do colega. "Vendola e o companheiro se tornaram papais alugando o útero de uma mulher californiana.
Para mim isso não é futuro, isso é um nojento egoísmo", escreveu.
Já o líder esquerdista rebateu que "não há vulgaridade dos esquadrões da política que possam perturbar a felicidade que o nascimento de um bebê provoca". "Compartilho com o meu companheiro uma escolha e um percurso que estão anos-luz da expressão 'barriga de aluguel'", disse.
Segundo Vendola, seu filho é fruto de uma "belíssima história de amor" e a mulher que o abrigou durante nove meses faz parte da vida do casal. O presidente do SEL tem 57 anos e governou a região da Púglia, no sul da Itália, por uma década. Atualmente, lidera o principal partido de esquerda que faz oposição a Renzi, que representa um grupo político progressista, porém mais próximo ao centro.
Quem saiu em defesa de Vendola foi a sua correligionária Laura Boldrini, presidente da Câmara dos Deputados, que afirmou ter ouvido comentários "vulgares e grosseiros" sobre o assunto.
"Ninguém pode dar um parecer tão duro contra um recém-nascido", acrescentou.
Por outro lado, o site católico "Famiglia Cristiana" ("Família Cristã") questionou a própria ideologia do ex-governador da Púglia. "Para satisfazer um desejo, o paladino dos pobres e dos oprimidos foi ao exterior como um rico senhor, fez órfão da mãe um menino e enganou a Constituição e as leis da República. Mas não era um homem de esquerda?", disse o portal.
Atualmente, a lei italiana proíbe pessoas do mesmo sexo de se casarem, de adotarem filhos e de recorrerem à reprodução assistida, por isso muitos acabam viajando ao exterior para realizar o sonho da maternidade e da paternidade. Atualmente, se discute um projeto para permitir a união civil gay, mas sem a possibilidade de adoção. (ANSA)
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