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Saída do Reino Unido impulsiona nacionalismo na UE

24/06/2016 10h52

PARIS, 24 JUN (ANSA) - A saída do Reino Unido da União Europeia (UE), apoiada por 52% dos eleitores em um referendo realizado ontem (23), deve impulsionar movimentos separatistas em outros países do continente, como na Holanda, França, Grécia e Itália, além de desmembramentos dentro da própria Grã-Bretanha. A vitória do "leave" no referendo foi celebrada pelos principais líderes eurocéticos, como Geert Wilders (Holanda), Boris Johnson (Reino Unido), Nigel Farage (Reino Unido), Marine Le Pen (França) e Matteo Salvini (Itália). A imprensa internacional também já fala em "Frexit" e Nexit", em referência ao termo britânico de "Brexit", e levanta a hipótese de esta ser a primeira etapa rumo ao fim da UE.   

"Outros países poderiam seguir o exemplo do Reino Unido", sugeriu Farage, líder do Partido da Independência do Reino Unido (UKIP). "Vitória da liberdade! Como peço há anos, agora temos que fazer o mesmo referendo na França", defendeu Le Pen, apesar de Paris ao lado da Berlim, ser um dos principais defensores dos ideias europeus de unificação. "Hurrah para os britânicos. Agora é a nossa vez. É hora de um referendo holandês", acrescentou Wilders. Na Itália, o líder do partido nacionalista Liga Norte, Matteo Salvini, anunciou que começará a recolher assinaturas para convocar um referendo no país.   

Referendos internos - A saída dos britânicos também poderá afetar o próprio Reino Unido, já que a Escócia e a Irlanda do Norte têm a intenção de se separar do país. Em ambos, os eleitores votaram pelo "remain", ou seja, para que o Reino Unido ficasse na UE.   

Membros do Partido Verde escocês já lançaram uma petição para analisar o futuro do país. Uma das personalidades mais famosas de lá, a escritora J.K.Rowling, autora da saga "Harry Potter", disse em suas redes sociais que a "Escócia vai buscar a independência agora". Na Irlanda do Norte, o partido nacionalista Sinn Féin argumentou que o governo britânico "perdeu qualquer autoridade de representar os interesses políticos e econômicos da Irlanda do Norte". Em 2014, a Escócia convocou uma consulta popular para os eleitores decidirem se o país deveria se tornar independente. A campanha pelo "Better Together", que defendia a união com Londres, venceu com 55% dos votos sobre o "Yes Scotland", nacionalista. (ANSA)
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