Conheça boxeador italiano nascido no Brasil que virá ao Rio
Por Lucas Rizzi SÃO PAULO, 26 JUL (ANSA) - Jaboatão dos Guararapes, região metropolitana de Recife. Nápoles, terceira maior cidade da Itália. Talvez exista apenas um ponto em comum entre essas duas realidades tão distintas: Valentino Manfredonia. Nascido nos arredores da capital de Pernambuco, esse boxeador de 26 anos partiu com apenas 20 dias de vida para a Itália e retornará ao seu país natal como uma das esperanças de medalha da delegação azzurra nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
Apesar da certidão de nascimento e dos traços tipicamente brasileiros, Manfredonia não mantém laços com o lugar que lhe deu ao mundo. Adotado por um casal de Pianura, bairro periférico de Nápoles, deixou o Brasil antes que pudesse formar qualquer lembrança e foi criado desde seus primeiros dias como italiano.
Ou melhor, napolitano.
"Quando fui para a Itália, era pequenininho. Sou totalmente napolitano, não sei falar português e não tenho ninguém no Brasil", contou o pugilista em entrevista à ANSA Brasil. Um símbolo dessa identificação vem de outro esporte, o futebol: Manfredonia não nega que prefere Maradona, herói máximo do Napoli, a Pelé.
Com cerca de 1 milhão de habitantes, Nápoles é a capital da Campânia, que vive uma era promissora no boxe olímpico. Além de Manfredonia, outros três pugilistas da região chegarão ao Rio com chances de medalha: Clemente Russo, 34 anos, prata nos Jogos de 2008 e 2012 (categoria até 91 kg); Vincenzo Mangiacapre, 27, bronze em 2012 (até 64 kg); e Irma Testa (até 60 kg), que será a primeira mulher a representar o pugilismo azzurro nas Olimpíadas.
A forte ligação de Manfredonia com a terra que o acolheu dará um caráter ainda mais especial à sua estreia em Jogos Olímpicos. A última vez que um napolitano subiu ao pódio no boxe das Olimpíadas foi em 1984, com a prata de Salvatore Todisco, e o último ouro foi em 1980, com Patrizio Oliva. Além disso, ele quer conquistar uma medalha para exaltar o que há de bom em sua cidade, que muitas vezes vira notícia por causa da máfia e da criminalidade. "Quando vou ao exterior participar de um torneio, levo Nápoles comigo", diz.
No Rio de Janeiro, o italiano disputará a categoria até 81 kg e, embora reconheça a dureza do páreo, promete mostrar do que é capaz. Entre seus principais adversários estão o cubano Julio César La Cruz, o irlandês Joe Ward e o cazaque Adilbek Niyazymbetov. "Mas eu estarei entre eles, e será difícil me bater", afirma.
O boxe é o quarto esporte que mais contribuiu com medalhas para a Itália na história dos Jogos, com 47 (15 de ouro, 15 de prata e 17 de bronze), atrás apenas da esgrima (121), do atletismo (60) e do ciclismo (58). Além disso, a Azzurra é a quarta maior potência olímpica da modalidade, perdendo para Estados Unidos, Cuba e Reino Unido.
Tal histórico cairia como uma luva para explicar por que Manfredonia escolheu o boxe como meio de vida. Mas o motivo que o levou ao pugilismo é muito mais prosaico: perda de peso. Um dos principais boxeadores da Itália era uma criança com problemas de balança e começou a fazer academia aos 10 anos para emagrecer.
Incentivado pelo professor Guido De Novellis após ter tido dificuldade para se adaptar à prática de exercícios físicos, subiu no ringue e se apaixonou. Hoje, 16 anos depois, Manfredonia quer recompensar tudo aquilo que Nápoles lhe deu, ganhando uma medalha no país que por 20 dias, e não mais do que isso, foi a sua casa. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
Apesar da certidão de nascimento e dos traços tipicamente brasileiros, Manfredonia não mantém laços com o lugar que lhe deu ao mundo. Adotado por um casal de Pianura, bairro periférico de Nápoles, deixou o Brasil antes que pudesse formar qualquer lembrança e foi criado desde seus primeiros dias como italiano.
Ou melhor, napolitano.
"Quando fui para a Itália, era pequenininho. Sou totalmente napolitano, não sei falar português e não tenho ninguém no Brasil", contou o pugilista em entrevista à ANSA Brasil. Um símbolo dessa identificação vem de outro esporte, o futebol: Manfredonia não nega que prefere Maradona, herói máximo do Napoli, a Pelé.
Com cerca de 1 milhão de habitantes, Nápoles é a capital da Campânia, que vive uma era promissora no boxe olímpico. Além de Manfredonia, outros três pugilistas da região chegarão ao Rio com chances de medalha: Clemente Russo, 34 anos, prata nos Jogos de 2008 e 2012 (categoria até 91 kg); Vincenzo Mangiacapre, 27, bronze em 2012 (até 64 kg); e Irma Testa (até 60 kg), que será a primeira mulher a representar o pugilismo azzurro nas Olimpíadas.
A forte ligação de Manfredonia com a terra que o acolheu dará um caráter ainda mais especial à sua estreia em Jogos Olímpicos. A última vez que um napolitano subiu ao pódio no boxe das Olimpíadas foi em 1984, com a prata de Salvatore Todisco, e o último ouro foi em 1980, com Patrizio Oliva. Além disso, ele quer conquistar uma medalha para exaltar o que há de bom em sua cidade, que muitas vezes vira notícia por causa da máfia e da criminalidade. "Quando vou ao exterior participar de um torneio, levo Nápoles comigo", diz.
No Rio de Janeiro, o italiano disputará a categoria até 81 kg e, embora reconheça a dureza do páreo, promete mostrar do que é capaz. Entre seus principais adversários estão o cubano Julio César La Cruz, o irlandês Joe Ward e o cazaque Adilbek Niyazymbetov. "Mas eu estarei entre eles, e será difícil me bater", afirma.
O boxe é o quarto esporte que mais contribuiu com medalhas para a Itália na história dos Jogos, com 47 (15 de ouro, 15 de prata e 17 de bronze), atrás apenas da esgrima (121), do atletismo (60) e do ciclismo (58). Além disso, a Azzurra é a quarta maior potência olímpica da modalidade, perdendo para Estados Unidos, Cuba e Reino Unido.
Tal histórico cairia como uma luva para explicar por que Manfredonia escolheu o boxe como meio de vida. Mas o motivo que o levou ao pugilismo é muito mais prosaico: perda de peso. Um dos principais boxeadores da Itália era uma criança com problemas de balança e começou a fazer academia aos 10 anos para emagrecer.
Incentivado pelo professor Guido De Novellis após ter tido dificuldade para se adaptar à prática de exercícios físicos, subiu no ringue e se apaixonou. Hoje, 16 anos depois, Manfredonia quer recompensar tudo aquilo que Nápoles lhe deu, ganhando uma medalha no país que por 20 dias, e não mais do que isso, foi a sua casa. (ANSA)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.