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Mesmo com terrorismo,público não abandona festivais europeus

28/07/2016 20h14

MILÃO, 28 JUL (ANSA) - Na noite do último domingo, dia 24, um homem-bomba se explodiu na entrada de um festival de música na cidade de Ansbach, na Alemanha, ferindo 15 pessoas. O ataque, que poderia ter sido uma tragédia, já que no evento estavam cerca de 2,5 mil pessoas, trouxe à tona mais uma vez a discussão da segurança em festivais de grande porte ao ar livre.   

Atentados terroristas como esse, e como o de Munique, onde na última sexta-feira (22), nove pessoas morreram em um ataque perpetrado por um jovem no maior shopping da cidade alemã, fizeram com que o prefeito do município, Dieter Reiter, decidisse vetar a entrada de bolsas e mochilas na Oktoberfest, maior evento de cerveja do mundo, que acontecerá neste ano entre 17 de setembro e 3 de outubro.   

Autoridades de outras cidades e países da Europa também já demonstram preocupação com o tema há alguns meses, principalmente após os atentados de 13 de novembro do ano passado em Paris, onde 130 pessoas morreram, 90 delas em um espetáculo da banda norte-americana Eagles of Death Metal na casa de shows Bataclan.   

Sendo assim, em maio deste ano a polícia britânica também alertou as pessoas para riscos de ataques durante o festival Glastonbury, que aconteceu entre os dias 22 e 26 de junho. Mesmo com as possíveis ameaças, o evento recebeu uma média de 135 mil espectadores por dia, número equivalente ao dos anos anteriores.   

Já os organizadores de grandes eventos ao ar livre da Bélgica, como o Tomorrowland, o TW Classic, o Rock Werchter, o Graspop Metal, o Dour Festival e o Pukkelpop também falaram em aumentar a segurança de seus eventos depois que um aeroporto e uma estação de trem foram atingidos por um atentado no dia 22 de março que matou 32 pessoas em Bruxelas.   

Os organizadores afirmaram que estão coordenados entre si e com as forças policias belgas para aumentar o controle na segurança sem estragar a experiência do público.   

"Cada festival aplica medidas de segurança consolidadas, mas a realidade do mundo mudou e, enquanto sociedade, temos que impedir a ameaça de atentados terroristas. A solução é permitir a entrada de mochilas e bolsas, mas só após uma atenta busca, fazendo com que o controle seja realizado o mais tranquilamente possível", informa nota conjunta dos responsáveis dos eventos.   

A medida parece ter funcionado para os cinco primeiros eventos, que aconteceram entre os meses de junho e julho e que além de não terem sofrido nenhum ataque, tiveram um público alto. O mesmo deve acontecer para o Pukkelpop que está marcado de 17 a 20 de agosto. Já o famoso festival Sziget de Budapeste, na Hungria, que neste ano acontecerá entre 10 e 17 de agosto, também recebeu algumas mudanças em relação à segurança. Antes de atracar na ilha de Ôbuda, onde ficam os palcos dos shows e os locais para acampamentos, os espectadores deverão passar por um controle rígido e minucioso dos seus pertences e receberão uma pulseira que deve ser usada a todo o momento.   

Além disso, outros festivais também adotam a ideia da "lista negra", que marca os nomes dos espectadores que são expulsos desse e de outros eventos e os motivos.   

E o Wacken Open Air, um dos maiores festivais de metal do mundo que neste ano ocorrerá de 4 a 6 de agosto, e que sempre acontece a cerca de 70 quilômetros de Hamburgo, na Alemanha, conta todos os anos com uma grande estação de polícia próxima da área de shows.   

Todas essas e outras medidas de segurança parecem ter um impacto bem positivo no público. De acordo com os últimos dados do European Festival Report 2015 da revista "IQ Magazine", que lida com 77 eventos do tipo, entre 2014 e 2015, os festivais europeus tiveram um crescimento de 6,3%. (ANSA)
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