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Contra terrorismo, muçulmanos e católicos se unem em missas

31/07/2016 12h09

ROMA, 31 JUL (ANSA) - Milhares de muçulmanos e ímãs compareceram neste domingo (31) a igrejas católicas na França e na Itália para demonstrar união e solidariedade em resposta ao atentado assumido pelo Estado Islâmico (EI) contra um padre na cidade de Saint-Étienne-du-Rouvray. A iniciativa foi apoiada pelo Centro para o Culto Muçulmano na França e pela Comunidade Religiosa Islâmica Italiana (Coreis). Na Itália, o írmã Ahmed El Balazi disse que os terroristas são "criminosos". "Não tenho medo. Esta gente suja muito a nossa religião e é triste saber que tantas pessoas consideram todos os muçulmanos terroristas", criticou o religioso. Na igreja de Santa Maria em Trasverere, Roma, três ímãs assistiram à missa de hoje, assim como em Milão, cuja celebração contou com o apoio do ímã Muhyiddin Bottiglioni. "Estamos em casa aqui. Hoje, a nossa presença na igreja é simbólica para enviar uma mensagem contra o terrorismo, mas a nossa colaboração existe há muito tempo. Todas as religiões são de paz, fraternidade e igualdade. Nós, írmãs, devemos ter coragem para enfrentar o terrorismo", disse Bottiglioni.   

Na cidade italiana de Ventimiglia, que fica na região fronteiriça com a França, uma muçulmana tirou seu véu em sinal de respeito aos cristãos durante outra missa celebrada neste domingo. A mulher relatou que ouve gritos de "terrorista" frequentemente, quando sai em público. Já na França, duas mil pessoas assistiram a uma missa na Catedral de Notre Dame, em Paris, em homenagem ao padre Jacques Hamel, degolado no último dia 26 de julho por dois anos que se declararam seguidores do Estado Islâmico. Foi este atentado que deu origem ao movimento de católicos e muçulmanos de hoje.   

"A situação é muito grave. Está na hora de mudarmos nossos comportamentos. Devemos ser o país da união e da fraternidade", comentou o grande-reitor da mesquita da capital francesa e presidnete do Conselho Francês do Culto Muçulmano, Dalil Boubakeur. A iniciativa foi elogiada até pelo Vaticano, que finalizou hoje mais uma edição da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) na Polônia. "Nem sempre tivemos uma reação em coro, mas estamos criando isso", comentou o cardeal Angelo Bagnasco. De acordo com Foad Aodi, presidente da Comunidade do Mundo Árabe na Itália (Comai), cerca de 15 mil muçulmanos participaram das missas de hoje no país. (ANSA)
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