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'Mapa do medo' analisa sentimento de italianos no terremoto

26/08/2016 20h35

ROMA, 26 AGO (ANSA) - O terremoto de 6,2 graus na escala Richter que atingiu a Itália nesta semana matou mais de 280 pessoas, além de desalojar outras 2,5 mil, em um dos piores desastres naturais recentes do país. Mas o sentimento dos italianos no momento do desastre foi analisado pelo Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV) e deu origem ao "Mapa do Medo". O estudo entrevistou 10 mil pessoas, as quais relataram seus sentimentos ao serem acordadas às 3h36 da madrugada de 24 de agosto devido ao abalo sísmico. Elas tiveram que responder à pergunta "Você sentiu medo?", através do site "Hai Sentito il Terremoto?" ("Você sentiu o terremoto?", na tradução do italiano).   

Pelo mapa, é possível ver que todas as pessoas que estavam na região central da Itália, onde ocorreu o terremoto, sentiram pavor. Mesmo nas zonas mais distantes, o "índice do medo" foi de 50% a 75%. Em quase nenhum ponto do mapa, a população ficou inabalada emocionalmente com o tremor de terra. "O medo atingiu 100% das pessoas que estavam em áreas próximas ao epicentro e, conforme a distância aumentava, o sentimento foi se reduzindo", disse o geólogo do INGV, Valerio De Rubeis. "Em Roma, por exemplo, o tremor de terra foi bem sentido, mas a reação das pessoas foi diferente daquelas que estavam em zonas onde houve desabamentos", concluiu o especialista. Apesar de parecer banal, o estudo tem como objetivo analisar as reações emotivas e traumas psicológicos relacionados a catástrofes naturais, indo além dos balanços de vítimas ou de danos materiais. A pesquisa também refletiu como o favor surpresa e o estresse influenciam o medo nas pessoas. "Para cada porção de território em um raio de 10 quilômetros, calculamos o percentual de pessoas que se apavoraram com o terremoto. Dessa forma, obtivemos um mapa que é muito coerente com o que foi descrito sobre o terremoto", disse Rubeis. A cidade mais atingida pelo terremoto foi Amatrice, no Lazio, berço da tradicional "pasta à amatriciana". Até o momento, o município contabilizou 221 mortos dos 281 totais. Outras 49 pessoas morreram em Arquata del Tronto e 11 em Accumoli. (ANSA)
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