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Em Amatrice, sismólogos se espantam com danos de terremoto

30/08/2016 10h45

ROMA, 30 AGO (ANSA) - Um grupo de sismólogos italianos, que está analisando os danos causados pelo forte terremoto que atingiu a região central da Itália no dia 24 de agosto, se espantou com o que viu até o momento na cidade de Amatrice, uma das mais atingidas pelo tremor.   

"Nunca vi nada igual. Em Amatrice, os prédios literalmente se desintegraram e nos fez lembrar dos grandes terremotos do passado, como o de 1980 em Irpínia ou, a uma volta ainda maior no tempo, como aquele de Avezzano em 1915", disse o sismólogo Fabrizio Galadini, do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV).   

O especialista se referia a dois dos maiores sismos da história da Itália. Em 23 de novembro de 1980, um abalo sísmico atingiu uma área de 17 mil quilômetros quadrados entre as províncias de Basilicata e da Campânia. O tremor causou a morte de 2.914 pessoas, sendo 2.734 apenas na cidade de Irpínia.   

Já o sismo de 13 de janeiro de 1915, que registrou 6,8 graus na escala Richter, matou mais de 30 mil pessoas destruiu Avezzano e todo território de Marsica.   

Galadini está no grupo de especialistas enviado para toda a região de Lazio e Marcas para obter o maior número de informações úteis para ajudar a estabelecer os detalhes do mecanismo de origem do terremoto. Os dados são para observar tanto a área onde fica a falha na região e para estudar os danos.   

Nas pilhas de escombros, disse ainda Galadini, "há detritos de todos os tipos: pedras, telhas, móveis, mobiliário, itens do dia a dia e, sob eles, os automóveis".   

O italiano ainda fez a inevitável comparação com o abalo sísmico ocorrido em Áquila, em 2009, que provocou outras 309 vítimas fatais. "Também ali, como nas comunas em volta, havia um nível de destruição significativo, mas nada como o que estou vendo hoje em Amatrice. Ali, ficou apenas em pé a torre do relógio, que parou exatamente às 3h36, hora do tremor de 6 graus. Há diferenças surpreendentes", ressaltou.   

Por causa disso, os sismólogos tentam entender porque Amatrice foi tão destruída. A resposta mais imediata é porque há vulnerabilidade na construção dos prédios, mas se investiga se o terreno tem características específicas que podem amplicara um evento natural do tipo.   

Os peritos do INGV já sabem que a falha de Monte Vettore foi a responsável pelo terremoto da última quarta-feira. "Houve, seguramente, um deslocamento do solo e na área sul do Monte Vettore se vê muito bem um pequena inclinação, um degrau formado no solo com cerca de 20 centímetros de altura e constante por um trajeto muito longo", disse ainda Gallini.   

Ao todo, o terremoto matou 292 pessoas - sendo 231 apenas em Amatrice - e destruiu inúmeras residências e prédios públicos.   

(ANSA)
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