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Cardeal australiano é interrogado em Roma por pedofilia

26/10/2016 11h14

CIDADE DO VATICANO, 26 OUT (ANSA) - A polícia australiana esteve em Roma na semana passada para interrogar o cardeal George Pell, prefeito da Secretaria de Economia do Vaticano e suspeito de acobertar casos de pedofilia em seu país nos anos 1970 e 1980.   

Nesse período, o religioso australiano ocupou postos de destaque nas dioceses de Melbourne e Ballarat, sua cidade natal. As denúncias foram apresentadas por dois ex-estudantes, que o acusam de proteger padres pedófilos e de omitir informações para manter seu status na Igreja Católica.   

Um dos casos envolve o sacerdote Gerald Ridsdale, que foi transferido de paróquia em paróquia ao invés de ser denunciado pelas dezenas de abusos sexuais que cometera. Os dois trabalharam juntos na diocese de Ballarat por 10 anos.   

Mais tarde, Ridsdale foi condenado por 138 episódios de pedofilia contra 53 menores de idade. Pell já havia prestado depoimento por meio de videoconferência no início do ano e sempre negou as suspeitas. No entanto, ele admitiu não ter agido "como devia" para evitar crimes de abuso contra crianças.   

O porta-voz do Vaticano, Greg Burke, disse que o papa Francisco foi informado sobre o interrogatório feito pela polícia da Austrália, mas afirmou que a Santa Sé não comentará o caso.   

O período entre as décadas de 1970 e 1990 foi marcado por diversas denúncias de pedofilia envolvendo padres católicos, mas que só vieram a público anos mais tarde. Um dos episódios mais emblemáticos foi parar no cinema, por meio do longa "Spotlight: Segredos Revelados", vencedor do Oscar de melhor filme em 2016.   

A obra narra uma investigação do jornal "The Boston Globe" sobre como a Arquidiocese de Boston trabalhou para encobrir casos de pedofilia durante décadas. (ANSA)
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