Confiante em retomada, Itália traz empresários ao Brasil
SÃO PAULO, 25 NOV (ANSA) - Demonstrando otimismo com a retomada da economia brasileira e com os efeitos das reformas promovidas pelo governo de Michel Temer, mais de 50 empresas italianas se reuniram nesta sexta-feira (25), em São Paulo, para discutir oportunidades de negócios no Brasil para os próximos anos, com o apoio do Ministério das Relações Exteriores da Itália. Ao todo, o "Fórum Brasil-Itália" reuniu 500 executivos, entre brasileiros e italianos, que analisaram as possibilidades de investimentos e oportunidades de negócios nos setores de energia, agronegócio, comunicação e tecnologia. A missão de empresários, a maior realizada pela Itália no mundo em 2016, foi presidida pelo vice-ministro do Desenvolvimento Econômico do país europeu, Ivan Scalfarotto, e iniciada na última quinta-feira (24), em São José dos Campos, com uma série de workshops voltados para o setor aeroespacial. Já nesta sexta-feira, em São Paulo, o evento contou com representantes da Fiat Chrysler Automobiles (FCA), Pirelli, Barilla e da estatal de energia ENEL, entre outras companhias italianas. Do lado brasileiro, o Banco do Brasil e o Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão relataram aos executivos italianos as oportunidades de investimentos no país. Scalfarotto, que mostrou empolgação com os sinais de abertura ao capital externo dados por Temer, disse à ANSA que o Brasil passa pelo mesmo momento de reformas que a Itália conduziu ao longo dos últimos dois anos com o primeiro-ministro Matteo Renzi.
"Tanto a Argentina quanto o Brasil estão dando sinais de abertura depois de um período de fechamento. Como somos um país que pode exportar qualidade, excelência e tecnologia, estamos interessados em ser parte desse processo", declarou.
Sem citar o nome da ex-presidente Dilma Rousseff, o vice-ministro também ressaltou que Temer tem demonstrado uma "vontade política que não aparecia no governo anterior" e promovido iniciativas "encorajadoras", como o Programa Crescer, que pretende reformular o modelo de concessões e privatizações no Brasil. "Desde 2004 um vice-ministro de Comércio Exterior da Itália não vinha ao Brasil", disse. "Maior transparência nos procedimentos e maior clareza sobre os prazos e tarifas são elementos concretos que tornam mais simples a chegada de capital externo", explicou Scalfarotto.
Apesar dos sinais que Temer tenta dar ao mercado externo, a diretora-geral no Brasil da Italian Trade Agency (ITA), Erica Di Giovancarlo, promotora da missão, disse que foi necessário um trabalho de convencimento para que algumas empresas italianas acreditassem que esta é a hora certa para apostar no no Brasil.
"Foi um desafio organizar esse fórum neste momento. Havia alguma resistência na Itália, dizia-se que o Brasil ainda não tinha começado sua retomada. Mas havia outra parte muito forte, dizendo que deveríamos fazer", afirmou, garantindo que o próprio primeiro-ministro Renzi fez questão que o evento ocorresse.
"O governo [italiano] apoiou muito, as empresas seguiram, e agora esperamos os resultados. Fizemos missões em vários países, mas essa representou o maior desafio de todos", acrescentou a diretora da ITA. Em 2015, as trocas comerciais entre as duas nações somaram 7 bilhões de euros, uma queda de 10% em relação a 2014. Além disso, de acordo com Scalfarotto, as exportações italianas ao Brasil caíram quase 25% no ano passado, e os oito primeiros meses de 2016 mostram que o sinal ainda não se inverteu.
"Queremos com essa iniciativa trazer de volta a grande atenção sobre o Brasil na Itália e sobre a Itália no Brasil. Hoje foi um ótimo ponto de partida", declarou o Embaixador da Itália no Brasil, Antonio Bernardini, em entrevista à ANSA. Segundo a Confederação Geral da Indústria Italiana (Confindustria), há mais de mil indústrias italianas atuando no Brasil, que empregam cerca de 140 mil pessoas e possuem um faturamento conjunto de 30 bilhões de euros por ano. "O Brasil é um pedaço da Itália no mundo, representa no exterior mais do que uma região italiana", disse a vice-presidente da Confindustria, Licia Mattioli. "Há um consenso de que o pior da crise já passou para os dois países, e acreditamos em um futuro brilhante juntos", acrescentou. Nova fase - Desde a metade do ano, há um claro esforço da Itália para reforçar suas relações com o Brasil, principalmente no âmbito comercial. De agosto para cá, já passaram pelo país o premier Matteo Renzi, a ministra para as Reformas Constitucionais, Maria Elena Boschi, o subsecretário do Ministério das Relações Exteriores, Vincenzo Amendola, e o vice-ministro Scalfarotto.
"São sinais importantes, porque nesses últimos quatro ou cinco meses houve muitas visitas, o que não acontecia havia anos.
Efetivamente, abriu-se um novo momento", declarou Erica Di Giovancarlo, da ITA. A mesma opinião é compartilhada pelo Embaixador italiano. "Os dois governos querem melhorar o funcionamento de sua economia, temos dois sistemas produtivos que podem trabalhar juntos", afirmou.
Já Scalfarotto disse que, em curto prazo, o objetivo da missão é retomar o diálogo comercial. "O Brasil, apesar da crise, representa um oportunidade de investmento importante, pelo seu capital humano, pelo ajuste fiscal que foi votado pelo Parlamento, e nós já passamos por todas essas reformas", completou o vice-ministro. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
"Tanto a Argentina quanto o Brasil estão dando sinais de abertura depois de um período de fechamento. Como somos um país que pode exportar qualidade, excelência e tecnologia, estamos interessados em ser parte desse processo", declarou.
Sem citar o nome da ex-presidente Dilma Rousseff, o vice-ministro também ressaltou que Temer tem demonstrado uma "vontade política que não aparecia no governo anterior" e promovido iniciativas "encorajadoras", como o Programa Crescer, que pretende reformular o modelo de concessões e privatizações no Brasil. "Desde 2004 um vice-ministro de Comércio Exterior da Itália não vinha ao Brasil", disse. "Maior transparência nos procedimentos e maior clareza sobre os prazos e tarifas são elementos concretos que tornam mais simples a chegada de capital externo", explicou Scalfarotto.
Apesar dos sinais que Temer tenta dar ao mercado externo, a diretora-geral no Brasil da Italian Trade Agency (ITA), Erica Di Giovancarlo, promotora da missão, disse que foi necessário um trabalho de convencimento para que algumas empresas italianas acreditassem que esta é a hora certa para apostar no no Brasil.
"Foi um desafio organizar esse fórum neste momento. Havia alguma resistência na Itália, dizia-se que o Brasil ainda não tinha começado sua retomada. Mas havia outra parte muito forte, dizendo que deveríamos fazer", afirmou, garantindo que o próprio primeiro-ministro Renzi fez questão que o evento ocorresse.
"O governo [italiano] apoiou muito, as empresas seguiram, e agora esperamos os resultados. Fizemos missões em vários países, mas essa representou o maior desafio de todos", acrescentou a diretora da ITA. Em 2015, as trocas comerciais entre as duas nações somaram 7 bilhões de euros, uma queda de 10% em relação a 2014. Além disso, de acordo com Scalfarotto, as exportações italianas ao Brasil caíram quase 25% no ano passado, e os oito primeiros meses de 2016 mostram que o sinal ainda não se inverteu.
"Queremos com essa iniciativa trazer de volta a grande atenção sobre o Brasil na Itália e sobre a Itália no Brasil. Hoje foi um ótimo ponto de partida", declarou o Embaixador da Itália no Brasil, Antonio Bernardini, em entrevista à ANSA. Segundo a Confederação Geral da Indústria Italiana (Confindustria), há mais de mil indústrias italianas atuando no Brasil, que empregam cerca de 140 mil pessoas e possuem um faturamento conjunto de 30 bilhões de euros por ano. "O Brasil é um pedaço da Itália no mundo, representa no exterior mais do que uma região italiana", disse a vice-presidente da Confindustria, Licia Mattioli. "Há um consenso de que o pior da crise já passou para os dois países, e acreditamos em um futuro brilhante juntos", acrescentou. Nova fase - Desde a metade do ano, há um claro esforço da Itália para reforçar suas relações com o Brasil, principalmente no âmbito comercial. De agosto para cá, já passaram pelo país o premier Matteo Renzi, a ministra para as Reformas Constitucionais, Maria Elena Boschi, o subsecretário do Ministério das Relações Exteriores, Vincenzo Amendola, e o vice-ministro Scalfarotto.
"São sinais importantes, porque nesses últimos quatro ou cinco meses houve muitas visitas, o que não acontecia havia anos.
Efetivamente, abriu-se um novo momento", declarou Erica Di Giovancarlo, da ITA. A mesma opinião é compartilhada pelo Embaixador italiano. "Os dois governos querem melhorar o funcionamento de sua economia, temos dois sistemas produtivos que podem trabalhar juntos", afirmou.
Já Scalfarotto disse que, em curto prazo, o objetivo da missão é retomar o diálogo comercial. "O Brasil, apesar da crise, representa um oportunidade de investmento importante, pelo seu capital humano, pelo ajuste fiscal que foi votado pelo Parlamento, e nós já passamos por todas essas reformas", completou o vice-ministro. (ANSA)
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