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Quem são os policiais que mataram o terrorista de Berlim?

Christian Movio, policial italiano que interceptou o responsável pelo atentado no mercado de Natal de Berlim - Polízia di Stato/AFP
Christian Movio, policial italiano que interceptou o responsável pelo atentado no mercado de Natal de Berlim Imagem: Polízia di Stato/AFP

Em Roma

23/12/2016 13h56

Na madrugada desta sexta-feira (23), dois policiais que estavam na Piazza Primo Maggio na cidade de Sesto San Giovanni, perto de Milão, foram os responsáveis por parar e matar o tunisiano Anis Amri, o maior suspeito do ataque a um mercado de Natal em Berlim na última segunda-feira (19).

Os dois agentes, Luca Scatà e Christian Movio, pararam o homem, que depois foi identificado como o terrorista, e pediram para que ele mostrasse seus documentos. No entanto, Amri recusou a fazê-lo, tirou uma pistola calibre 22 da sua mochila já pronta para atirar e disparou contra os oficiais.  

Movio, de 36 anos, foi atingido por uma bala no ombro direito. Ele foi levado para o hospital San Geraldo, na cidade de Monza, e fez uma cirurgia no local onde foi atingido, que já terminou.

Câmera em painel de táxi flagra momento do ataque

BBC Brasil

Movio "está bem bem e tranquilo, nunca sofreu nenhum perigo" de vida, disse o médico que o atendeu, Giovanni Zatti.O oficial nasceu no município de Latisana, no Friuli-Venezia Giulia, em 1981, e trabalha na polícia na cidade desde setembro de 2008, antes, no entanto, estava em uma estação de Venzone, localizada nos alpes da região italiana.

O tunisiano suspeito do ataque de Berlim tentou fugir, mas acabou sendo atingido por um disparo no peito pelo segundo policial que estava no local, Scatà, de apenas 29 anos. O agente, que ainda estava em fase de treinamento, nasceu em 1987 na cidade de Canicattì, na província de Agrigento, na Sicília.

"O comportamento do meu colega de patrulha foi exemplar, ele reagiu no momento no qual [o terrorista] tirou a pistola e realizou o disparo contra mim. Eu tinha acabado de pedir para ele abrir a mochila", disse Movio sobre Scatà.

O policial, que junto com seu parceiro recebeu agradecimentos de vários políticos, como do primeiro-ministro da Itália, Paolo Gentiloni, do ex-premier do país Matteo Renzi, da chanceler alemã, Angela Merkel, e dos ministros do Interior tanto da Itália quanto da Alemanha, Marco Minniti e Thomas de Maizière, respectivamente, também foi felicitado pelos seus pais, que estão muito orgulhosos.

"Falei com Luca nesta manhã. Ele me telefonou para me tranquilizar, temendo que eu tivesse visto pela televisão o tiroteio e que estivesse preocupada. Ele me disse que estava bem. A polícia sempre foi um sonho [para ele]. Luca é forte e determinado e nós estamos orgulhosos" dele, disse a mãe de Scatà.

O pai do agente, Giuseppe, também disse estar orgulhoso do filho e agradeceu a "Deus que esteja vivo". "Quando nos falamos por telefone nesta manhã, não sabíamos ainda que o homem morto era" o suspeito do ataque na capital alemã, afirmou o parente do policial.