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Um mês após tragédia, Chapecoense tenta se reconstruir

29/12/2016 09h07

SÃO PAULO, 29 DEZ (ANSA) - Há um mês, os brasileiros acordavam estarrecidos com a informação de que o avião que levava a delegação da Chapecoense para a disputa do primeiro jogo da final da Copa Sul-Americana havia caído em Medellín, na Colômbia.   


Logo nas primeiras horas da manhã do dia 29 de novembro, as informações eram dramáticas: apenas seis pessoas haviam sobrevivido à queda e o sonho da pequena equipe catarinense de disputar sua primeira final continental da história chegava ao fim.   


Ao todo, foram 71 mortos - sendo 19 jogadores, toda a comissão técnica e a maior parte dos dirigentes do time - além de 20 jornalistas brasileiros que iam cobrir a partida na Colômbia. Após cinco dias de espera, os pouco mais de 200 mil habitantes de Chapecó conseguiram prestar suas últimas homenagens à maior parte das vítimas em um velório coletivo na Arena Condá.   


Mas, o que parecia apenas tristeza, transformou-se em um gesto mundial de compaixão e de demonstrações de muita solidariedade. A começar pelo próprio adversário da final da competição, o Atlético Nacional, que pediu para que o título da Copa Sul-Americana fosse dado aos catarinenses - em gesto adotado pela Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol).   


Além disso, estádios de futebol - e também de outros esportes - em todo o mundo prestaram homenagens aos "guerreiros" da Chape.   


O clube também foi convidado pelo Barcelona para disputar o tradicional torneio amistoso Joan Gamper em 2017, que abre a temporada do clube catalão.   


Ainda será disputada uma partida solidária entre Brasil e Colômbia, no estádio do Engenhão, no Rio de Janeiro, no dia 25 de janeiro, com a renda revertida para os familiares dos jogadores e para o time.   


- Sobreviventes: Das seis pessoas que sobreviveram à tragédia, três são atletas: o lateral Alan Ruschel, o primeiro a ser resgatado com vida, o zagueiro Neto, resgatado mais de sete horas após a queda, e o goleiro Jackson Follmann. Destes, só o goleiro ainda está internado - os demais apresentaram uma recuperação incrível e já estão seguindo o tratamento médico em casa.   


Já o jornalista Rafael Henzel também pode voltar para a sua família e pretende voltar ao trabalho já no dia 9 de janeiro - e cobrir o Campeonato Catarinense e a primeira partida da Chape, contra o Joinville, no dia 25 do mesmo mês.   


Os outros dois sobreviventes são dois comissários de bordo bolivianos, que também já voltaram para casa.   


- Reforços: Recomeçando a equipe catarinense para as disputas de 2017, a diretoria da Chapecoense anunciou o técnico Vagner Mancini.   


Desde então, foram confirmados cinco reforços: o goleiro Elias, que estava no Juventude, o zagueiro Douglas Grolli, do Cruzeiro, o meia Dodô, do Atlético-MG, e o atacante Rossi, do Goiás, e o meio Nadson, do Paraná Clube.   


Ao todo, serão necessários 25 novos nomes para formar a base da equipe que disputará o Campeonato Catarinense, a Recopa Sul-Americana, a Taça Libertadores da América, a Copa do Brasil, a Copa Suruga, o Troféu Joan Gamper e o Campeonato Brasileiro.   


Investigação A queda do avião da LaMia, uma empresa boliviana especializada em voos fretados de equipes de futebol, está sendo investigada por autoridades de seu país e da Colômbia, local da queda.   


Em uma investigação independente do governo da Bolívia, o piloto Manuel Quiroga e a empresa foram responsabilizadas pela queda - já que o plano de voo e a autonomia de combustível eram exatamente iguais, o que é proibido por diversas regras internacionais.   


Já a Aeronáutica Civil da Colômbia anunciou que a aeronave voava com carga extra e que a "pane seca" foi a responsável pela queda do voo - ou seja, o avião ficou sem combustível. (ANSA)
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