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Argentina endurece lei imigratória e gera tensão na região

27/01/2017 17h09

BUENOS AIRES, 27 JAN (ANSA) - O governo argentino iniciou hoje (27) uma nova política de controles imigratórios, os quais devem dificultar principalmente o ingresso de cidadãos da Bolívia, Paraguai, Peru e Colômbia. A ministra da Segurança do governo de Mauricio Macri, Patricia Bullrich, já tinha anunciado durante a semana que seriam adotadas medidas extras nas fronteiras, ressaltando que o endurecimento recairia contra cidadãos desses quatro países para combater crimes como tráfico de drogas e contrabando. Declarações de Bullrich e de Mari sobre imigrantes latino-americanos desataram críticas na Argentina e no exterior por discriminação e xenofobia, além de provocarem um mal-estar diplomático com a Bolívia.   

O presidente boliviano, Evo Morales, convocou ontem o embaixador argentino em La Paz para exigir explicações sobre as intenções de Macri em endurecer as leis imigratórias. Funcionários do gabinete de Morales, como o ministro do Governo, Carlos Romero, e o cônsul em Buenos Aires, Jorge Tapia Sainz, chegaram a comparar Macri ao novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por comentários que "generalizam" os imigrantes, sem apresentar "estatísticas oficiais". "Devemos rejeitar esse tipo de estigmatização contra nossos cidadãos que coincide com o discurso xenofóbico de Trump, de aparência conservadora e de sentimentos patriotas", disse Romero.   

O novo decreto que regulamenta as medidas de imigração na Argentina será publicado na semana que vem. Ele também deve criar um mecanismo para expulsar de maneira mais rápida pessoas que cometam crimes na Argentina.   

As primeiras operações desta nova política imigratória ocorreram hoje no terminal de ônibus de Liniers, no extremo oeste da capital argentina, onde desembarcam milhares de pessoas, a maioria proveniente da Bolívia, Paraguai e Peru e de baixa-renda. Agentes federais e do sistema imigratório fizeram controles de passaportes, buscaram antecedentes criminais dos passageiros na base de dados da Interpol e revistaram as bagagens. (ANSA)
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