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Justiça abre inquérito contra Fillon por 'empregos fantasmas'

24/02/2017 18h09

PARIS, 24 FEV (ANSA) - A Procuradoria da França anunciou nesta sexta-feira (24) a abertura de um inquérito formal sobre os supostos empregos fictícios de Penelope Fillon, esposa do candidato conservador à Presidência do país, François Fillon.   

Como já havia sido indicado na investigação preliminar, as hipóteses de crime são: "mau uso de recursos públicos", "abuso de bens sociais", "cumplicidade e ocultação desses delitos", "tráfico de influência" e "violação de obrigações em matéria de transparência na vida pública".   

Nessa etapa, o inquérito deixa de ser conduzido exclusivamente pela Procuradoria e passa a ser acompanhado por um juiz de instrução do polo financeiro do Tribunal de Paris, que fica responsável por realizar interrogatórios e autorizar operações de busca e apreensão.   

A investigação pode terminar em arquivamento ou indiciamento.   

Membro do partido conservador Os Republicanos, Fillon é suspeito de ter empregado a esposa em um cargo fictício de assessora parlamentar, tanto em seu gabinete de deputado como no de seu suplente.   

Penelope teria recebido pelo menos 800 mil euros durante seu período como funcionária da Assembleia Nacional. Os dois filhos do casal também trabalhavam na mesma função, ganhando 57.084 euros cada um. A contratação de parentes para cargos públicos não é ilegal na França, mas suspeita-se que a família não exercia de fato os cargos.   

Além disso, também está sendo investigada uma colaboração da esposa do candidato para a revista de literatura "Revue des Deux Mondes", comandada por um amigo de Fillon, Marc Ladreit de Lacharrière. Em 15 meses, a publicação teria pagado 100 mil euros para Penelope, que escreveu apenas algumas resenhas nesse período.   

O caso provocou uma queda de Fillon nas pesquisas e forçou o candidato a admitir que tinha errado, embora ele negue ter cometido qualquer ato ilícito. De acordo com as últimas sondagens, o conservador tem cerca de 20% das intenções de voto, em situação de empate técnico com o dissidente socialista Emmanuel Macron.   

Ambos brigam para chegar ao segundo turno contra a ultranacionalista Marine Le Pen (Frente Nacional), que lidera as pesquisas, com 26% da preferência. (ANSA)
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