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Líder da oposição na Itália é investigado por difamação

31/03/2017 10h43

GÊNOVA, 31 MAR (ANSA) - O líder e fundador do partido populista e antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), Beppe Grillo, e o deputado Alessandro Di Battista, um dos principais expoentes da legenda italiana, estão sendo investigados por "difamação".   

A denúncia foi apresentada por Marika Cassimatis, vencedora das primárias do M5S para escolher seu candidato à Prefeitura de Gênova. A votação ocorreu há cerca de duas semanas, mas foi anulada por Grillo, que acusa Cassimatis de ter violado o código de conduta do partido.   

"O garantidor do Movimento 5 Estrelas [o próprio Grillo] se reserva o direito de excluir a candidatura de sujeitos que não sejam capazes de representar nossos valores", escreveu o líder da legenda em seu blog. Segundo Grillo, Cassimatis e seus aliados "denegriram" a imagem da sigla ao apoiar dissidentes.   

Com 50 anos de idade e professora de carreira, a ex-candidata havia sido admitida pelo M5S, porém era considerada "pouco ortodoxa" e próxima a deputados regionais e vereadores que abandonaram o partido nos últimos meses.   

Já Di Battista, sempre cotado como postulante a primeiro-ministro pela legenda, é investigado por conta de algumas declarações à imprensa sobre Cassimatis. Em entrevista ao jornal "Corriere della Sera", ele disse que "havia pessoas que não estavam em linha" com o movimento e as chamou de "tubarões oportunistas".   

Gênova é uma das quatro capitais regionais e uma das 1021 cidades italianas que escolherão novos prefeitos nas eleições municipais de 11 e 25 de junho de 2017. Hoje comandada pela esquerda, a capital da Ligúria é cortejada pelo M5S, que tenta ganhar força para uma disputa nacional contra o Partido Democrático (PD), do premier Paolo Gentiloni e do ex-primeiro-ministro Matteo Renzi.   

Grillo já tem uma condenação por homicídio culposo pela morte de um casal de amigos e seu filho de nove anos em um acidente automobilístico em dezembro de 1981. O veículo era conduzido pelo futuro líder do M5S, que acabou pegando 14 meses de reclusão, com benefício da condicional. (ANSA)
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