Crise política joga dúvidas sobre governo italiano
ROMA, 06 ABR (ANSA) - No poder há pouco mais de três meses, o premier da Itália, Paolo Gentiloni, está enfrentando a primeira crise política de seu curto mandato, que ameaça até a estreita maioria do governo no Parlamento.
Na última quarta-feira (5), Salvatore Torrisi, membro do partido conservador Alternativa Popular (AP), que integra a base aliada, foi eleito presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais do Senado, órgão que, entre outras coisas, ditará os rumos dos debates sobre a nova lei eleitoral italiana.
Com apoio da oposição, Torrisi recebeu 16 votos e derrotou o senador Giorgio Pagliari, nome indicado pelo centro-esquerdista Partido Democrático (PD), ao qual pertence Gentiloni e seu antecessor, Matteo Renzi. Contudo, a maioria teórica do governo na comissão é de 17 votos, seis a mais que os recebidos por seu candidato, indicando que alguns de seus parlamentares votaram em Torrisi.
Como o escrutínio foi secreto, os partidos da base aliada, principalmente PD e AP, começaram a trocar acusações sobre quem teria traído Pagliari. Líder da Alternativa Popular, o ministro das Relações Exteriores Angelino Alfano cobrou a renúncia imediata de Torrisi à presidência da comissão, já que foi eleito com votos da oposição.
Como o senador não recuou, o chanceler disse nesta quinta-feira (6) que ele não representa mais a AP. No entanto, o efeito mais grave da crise é que ela levanta dúvidas sobre a solidez da base aliada de Gentiloni, nomeado em dezembro passado para substituir Renzi, derrubado por sua derrota em um referendo constitucional.
Parlamentares do PD chegaram até a pedir uma reunião com o primeiro-ministro e com o presidente Sergio Mattarella para discutir a situação da maioria. De estilo reservado, Gentiloni não comentou a crise publicamente, mas considera o resultado da votação no Senado uma "dura derrota", embora passível de ser remediada sem provocar consequências sobre o governo.
Já Renzi, que disputará a liderança do PD nas primárias de 30 de abril e lidera a principal ala do partido, chamou o episódio de "grave" e "profundamente antipático", porém disse não querer ouvir a palavra "crise". "Esses são joguinhos da Primeira República", afirmou, em referência ao período entre 1948 e 1994, quando a política italiana era dominada pela Democracia Cristã.
Agora presidida por Torrisi, a Comissão de Assuntos Constitucionais deverá apresentar uma nova proposta de lei eleitoral, já que o país possui modelos divergentes entre a Câmara e o Senado. O presidente Mattarella já disse que a aprovação de um sistema homogêneo é essencial para convocar novas eleições, que, a princípio, estão previstas para 2018.
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Na última quarta-feira (5), Salvatore Torrisi, membro do partido conservador Alternativa Popular (AP), que integra a base aliada, foi eleito presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais do Senado, órgão que, entre outras coisas, ditará os rumos dos debates sobre a nova lei eleitoral italiana.
Com apoio da oposição, Torrisi recebeu 16 votos e derrotou o senador Giorgio Pagliari, nome indicado pelo centro-esquerdista Partido Democrático (PD), ao qual pertence Gentiloni e seu antecessor, Matteo Renzi. Contudo, a maioria teórica do governo na comissão é de 17 votos, seis a mais que os recebidos por seu candidato, indicando que alguns de seus parlamentares votaram em Torrisi.
Como o escrutínio foi secreto, os partidos da base aliada, principalmente PD e AP, começaram a trocar acusações sobre quem teria traído Pagliari. Líder da Alternativa Popular, o ministro das Relações Exteriores Angelino Alfano cobrou a renúncia imediata de Torrisi à presidência da comissão, já que foi eleito com votos da oposição.
Como o senador não recuou, o chanceler disse nesta quinta-feira (6) que ele não representa mais a AP. No entanto, o efeito mais grave da crise é que ela levanta dúvidas sobre a solidez da base aliada de Gentiloni, nomeado em dezembro passado para substituir Renzi, derrubado por sua derrota em um referendo constitucional.
Parlamentares do PD chegaram até a pedir uma reunião com o primeiro-ministro e com o presidente Sergio Mattarella para discutir a situação da maioria. De estilo reservado, Gentiloni não comentou a crise publicamente, mas considera o resultado da votação no Senado uma "dura derrota", embora passível de ser remediada sem provocar consequências sobre o governo.
Já Renzi, que disputará a liderança do PD nas primárias de 30 de abril e lidera a principal ala do partido, chamou o episódio de "grave" e "profundamente antipático", porém disse não querer ouvir a palavra "crise". "Esses são joguinhos da Primeira República", afirmou, em referência ao período entre 1948 e 1994, quando a política italiana era dominada pela Democracia Cristã.
Agora presidida por Torrisi, a Comissão de Assuntos Constitucionais deverá apresentar uma nova proposta de lei eleitoral, já que o país possui modelos divergentes entre a Câmara e o Senado. O presidente Mattarella já disse que a aprovação de um sistema homogêneo é essencial para convocar novas eleições, que, a princípio, estão previstas para 2018.
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