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Temer, Lula e FHC articulam 'pacto', diz jornal

13/04/2017 17h05

SÃO PAULO, 13 ABR (ANSA) - Emissários do presidente Michel Temer (PMDB) e de dois de seus antecessores, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB), estariam negociando um "pacto" para garantir a sobrevivência política dos três partidos nas eleições de 2018.   


A informação é do jornal "Folha de S. Paulo", que diz que o acordo começou a ser costurado em novembro do ano passado. Em restaurantes sofisticados e apartamentos de autoridades, aliados de Temer, Lula e FHC teriam discutido medidas para impedir que as três legendas sejam "exterminadas".   


Ainda segundo a "Folha", pessoas ligadas aos três líderes avaliam que a Lava Jato quer eliminar a classe política e "abrir espaço para um novo projeto de poder, capitaneado por aqueles que comandam a investigação".   


Os principais emissários nessas conversas seriam o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e o ex-integrante da corte Nelson Jobim. Este último, de acordo com o jornal, já almoçou com Temer e FHC e marcou um encontro com Lula nos próximos dias.   


O peemedebista, o petista e o tucano foram citados nas delações premiadas de executivos da Odebrecht e, com exceção de Temer, que não pode ser investigado por fatos anteriores a seu mandato, serão alvos de inquéritos por suspeita de recebimento de recursos ilegais.   


Os três acreditam que eleições conturbadas no ano que vem podem favorecer candidatos "aventureiros". Segundo a "Folha", o acordo incluiria a manutenção de Temer no poder até o fim de 2018 e a participação de Lula no pleito presidencial.   


Além disso, os três partidos poderiam patrocinar a aprovação da cláusula de barreira no Congresso e o fim das coligações proporcionais - o que dificultaria a vida de legendas pequenas e propensas a lançarem outsiders -, a anistia ao caixa dois, o relaxamento das prisões preventivas e um novo modelo de financiamento eleitoral.   


Lula, Temer e FHC já teriam se falado em fevereiro, durante a internação da ex-primeira-dama Marisa Letícia, mas, de acordo com a "Folha", não há previsão para um novo encontro. (ANSA)
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