Itália anula absolvição de médicos em morte de jovem em 2009
ROMA, 19 ABR (ANSA) - A Corte de Cassação da Itália, a mais alta instância judicial do país, anulou nesta quarta-feira (19) a sentença proferida contra cinco médicos na morte do jovem Stefano Cucchi, onde os profissionais eram absolvidos. O italiano morreu em 22 de outubro de 2009 em um caso repleto de reviravoltas jurídicas.
No entanto, o prazo para fazer um novo julgamento já se encerra nesta quinta-feira (20), mas a Procuradoria deve entrar com um recurso contra os médicos Aldo Fierro, Stefania Corbi, Flaminia Bruno, Luigi Preite de Marchis e Silvia Di Carlo. A data do novo julgamento não foi marcada.
A Justiça aceitou o pedido da Procuradoria que considerava a decisão da Corte de Apelação errado por "não ter feito uma nova perícia" sobre a morte de Cucchi.
- Entenda o caso: Em 15 de outubro de 2009, Cucchi foi flagrado em Roma com 20 gramas de haxixe e detido pelos carabineiros, que o levaram para a penitenciária de Regina Coeli, a maior da capital italiana.
Nos dias seguintes, foi internado na ala protegida do hospital Sandro Pertini, também na "cidade eterna", onde morreu. A autópsia, cujo resultado foi divulgado meses mais tarde, revelou que o geômetra, que tinha 31 anos e 1,76m de altura, pesava 37 kg quando faleceu, indicando um estado de desnutrição.
Nas semanas seguintes, circularam notícias de que Cucchi era viciado em drogas, soropositivo e anoréxico, e tentou-se atribuir a morte a suas "frágeis" condições de saúde. No entanto, descobriu-se que ele estava com diversos hematomas no corpo, inclusive na região dos olhos - durante todo o período de internação, a família tentou ter acesso a ele, mas sem sucesso. Os parentes do geômetra chegaram até a divulgar fotos tiradas no obituário para mostrar os traumas no rosto de Cucchi e um evidente estado de desnutrição. No primeiro processo, seis médicos e três enfermeiros foram acusados de abandono de incapaz, e três membros da Polícia Penitenciária, de lesões agravadas e abuso de autoridade. A denúncia apontava que os carcereiros haviam usado força excessiva contra a vítima e que os agentes de saúde tinham-no deixado morrer de fome. Todos acabaram absolvidos por falta de provas. Contudo, em dezembro de 2015, a Procuradoria de Roma iniciou uma nova investigação contra carabineiros que teriam agredido Cucchi após sua prisão e realizado uma "estratégia científica" para "atrapalhar a correta reconstrução dos fatos.
Uma perícia realizada no ano passado reconheceu a existência de fraturas no corpo do geômetra, mas concluiu que a morte também pode ter sido causada por um "inesperado ataque de epilepsia" em um homem que sofria desse problema há tempos.
A família rechaçou essa hipótese, assim como a Procuradoria de Roma, que concluiu o novo inquérito. Em fevereiro deste ano, os procuradores anunciaram um novo processo contra os policiais Alessio Di Bernardo, Raffaele D'Alessandro e Francesco Tedesco, que serão julgados por homicídio preterintencional - quando há dolo na ação, mas ela resulta mais grave do que o esperado - e por abuso de autoridade. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
No entanto, o prazo para fazer um novo julgamento já se encerra nesta quinta-feira (20), mas a Procuradoria deve entrar com um recurso contra os médicos Aldo Fierro, Stefania Corbi, Flaminia Bruno, Luigi Preite de Marchis e Silvia Di Carlo. A data do novo julgamento não foi marcada.
A Justiça aceitou o pedido da Procuradoria que considerava a decisão da Corte de Apelação errado por "não ter feito uma nova perícia" sobre a morte de Cucchi.
- Entenda o caso: Em 15 de outubro de 2009, Cucchi foi flagrado em Roma com 20 gramas de haxixe e detido pelos carabineiros, que o levaram para a penitenciária de Regina Coeli, a maior da capital italiana.
Nos dias seguintes, foi internado na ala protegida do hospital Sandro Pertini, também na "cidade eterna", onde morreu. A autópsia, cujo resultado foi divulgado meses mais tarde, revelou que o geômetra, que tinha 31 anos e 1,76m de altura, pesava 37 kg quando faleceu, indicando um estado de desnutrição.
Nas semanas seguintes, circularam notícias de que Cucchi era viciado em drogas, soropositivo e anoréxico, e tentou-se atribuir a morte a suas "frágeis" condições de saúde. No entanto, descobriu-se que ele estava com diversos hematomas no corpo, inclusive na região dos olhos - durante todo o período de internação, a família tentou ter acesso a ele, mas sem sucesso. Os parentes do geômetra chegaram até a divulgar fotos tiradas no obituário para mostrar os traumas no rosto de Cucchi e um evidente estado de desnutrição. No primeiro processo, seis médicos e três enfermeiros foram acusados de abandono de incapaz, e três membros da Polícia Penitenciária, de lesões agravadas e abuso de autoridade. A denúncia apontava que os carcereiros haviam usado força excessiva contra a vítima e que os agentes de saúde tinham-no deixado morrer de fome. Todos acabaram absolvidos por falta de provas. Contudo, em dezembro de 2015, a Procuradoria de Roma iniciou uma nova investigação contra carabineiros que teriam agredido Cucchi após sua prisão e realizado uma "estratégia científica" para "atrapalhar a correta reconstrução dos fatos.
Uma perícia realizada no ano passado reconheceu a existência de fraturas no corpo do geômetra, mas concluiu que a morte também pode ter sido causada por um "inesperado ataque de epilepsia" em um homem que sofria desse problema há tempos.
A família rechaçou essa hipótese, assim como a Procuradoria de Roma, que concluiu o novo inquérito. Em fevereiro deste ano, os procuradores anunciaram um novo processo contra os policiais Alessio Di Bernardo, Raffaele D'Alessandro e Francesco Tedesco, que serão julgados por homicídio preterintencional - quando há dolo na ação, mas ela resulta mais grave do que o esperado - e por abuso de autoridade. (ANSA)
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