Mais de 60 conservadores acusam Papa Francisco de 'heresias'
ROMA, 24 SET (ANSA) - Uma carta de 25 páginas assinada por 40 padres e 22 estudiosos laicos conservadores católicos acusa o papa Francisco de cometer "sete heresias" ao publicar a exortação "Amoris Laetitia" ("A alegria do amor") no dia 8 de abril de 2016, revelou o site católico "Correctiofilialis" neste domingo (24).
A exortação prega uma maior abertura aos fiéis na Igreja, especialmente, no que tange na recondução à vida dentro do catolicismo àqueles que se separaram e casaram novamente. Essas pessoas, antes da exortação de Francisco, não podiam comungar e agora cabe a cada líder de paróquia decidir caso a caso.
A carta, que foi enviada ao Pontífice no dia 11 de agosto, foi tornada pública hoje porque Jorge Mario Bergoglio "não respondeu" os questionamentos ao grupo em um documento formal.
A "Correção Filial em razão da propagação de heresias", que foi o título dado ao documento, quer que o Papa, literalmente, "corrija" partes do texto. De acordo com os conservadores, o sucessor de Bento XVI "deu apoio à sete posições erráticas, que atingem o matrimônio, a vida moral e a recepção dos sacramentos, causando a difusão dessas opiniões erráticas na Igreja Católica".
Entre os argumentos apontados pelos tradicionalistas, está o fato de que "direta ou indiretamente, o Papa permitiu que se acreditasse que a obediência à Lei de Deus pode ser impossível ou indesejável e que a Igreja deve aceitar o adultério como algo compatível à vida dos católicos praticantes".
Para o grupo, o fato de uma pessoa divorciar-se e, depois de um período, casar-se novamente constitui o "adultério", já que pela análise mais conservadora, um casamento na Igreja jamais pode ser dissolvido.
Entre aqueles que assinaram o documento, está o ex-presidente do Instituto para Obras da Religião (IOR, também conhecido como Banco do Vaticano) Gotti Tedeschi e o líder dos Lefebvrianos, monsenhor Bernard Fellay. O grupo de religiosos Lefebvrianos rompeu com a Igreja Católica após as reformas aprovadas pelo Concílio Vaticano II na década de 1970. No entanto, em entrevista à ANSA, Tedeschi afirmou que não acusou o Pontífice de "heresias", mas que o documento é "uma súplica escrito por teólogos, que não fala de heresias, mas diz que indiretamente o documento pode facilitar heresias".
"Quero ser claro: eu não acuso o Papa e eu gosto dele. Eu estou pela Igreja, e pelo Papa, e não me afastarei da Igreja e nem do Papa. O documento é um ato de devoção e um convite à reflexão", disse ainda à ANSA.
Essa não é a primeira vez que o documento "Amoris Laetitia" é questionado pelos conservadores dentro da Igreja. Em novembro do ano passado, um grupo de quatro cardeais liderado pelo ultraconservador norte-americano Raymond Leo Burke enviou também uma carta questionando quatro pontos da exortação.
Apesar das críticas, poucos dias depois do grupo também divulgar na internet o documento, Jorge Mario Bergoglio afirmou que essas críticas"não tiram o meu sono". Ainda naquele mês, o argentino afirmou que era preciso ver "o espírito com que elas são ditas" e que quando "não há o espírito bravo, elas ajudam a caminhar".
"Alguns continuam a não compreender: ou é preto, ou é branco, mesmo que esteja no fluxo da vida o discernimento. O Concílio disse isso, mas os historiadores dizem que o Concílio, para ser bem absorvido pelo corpo da Igreja, tem a necessidade de um século. Bem, estamos na metade", disse aos jornalistas em novembro de 2016. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
A exortação prega uma maior abertura aos fiéis na Igreja, especialmente, no que tange na recondução à vida dentro do catolicismo àqueles que se separaram e casaram novamente. Essas pessoas, antes da exortação de Francisco, não podiam comungar e agora cabe a cada líder de paróquia decidir caso a caso.
A carta, que foi enviada ao Pontífice no dia 11 de agosto, foi tornada pública hoje porque Jorge Mario Bergoglio "não respondeu" os questionamentos ao grupo em um documento formal.
A "Correção Filial em razão da propagação de heresias", que foi o título dado ao documento, quer que o Papa, literalmente, "corrija" partes do texto. De acordo com os conservadores, o sucessor de Bento XVI "deu apoio à sete posições erráticas, que atingem o matrimônio, a vida moral e a recepção dos sacramentos, causando a difusão dessas opiniões erráticas na Igreja Católica".
Entre os argumentos apontados pelos tradicionalistas, está o fato de que "direta ou indiretamente, o Papa permitiu que se acreditasse que a obediência à Lei de Deus pode ser impossível ou indesejável e que a Igreja deve aceitar o adultério como algo compatível à vida dos católicos praticantes".
Para o grupo, o fato de uma pessoa divorciar-se e, depois de um período, casar-se novamente constitui o "adultério", já que pela análise mais conservadora, um casamento na Igreja jamais pode ser dissolvido.
Entre aqueles que assinaram o documento, está o ex-presidente do Instituto para Obras da Religião (IOR, também conhecido como Banco do Vaticano) Gotti Tedeschi e o líder dos Lefebvrianos, monsenhor Bernard Fellay. O grupo de religiosos Lefebvrianos rompeu com a Igreja Católica após as reformas aprovadas pelo Concílio Vaticano II na década de 1970. No entanto, em entrevista à ANSA, Tedeschi afirmou que não acusou o Pontífice de "heresias", mas que o documento é "uma súplica escrito por teólogos, que não fala de heresias, mas diz que indiretamente o documento pode facilitar heresias".
"Quero ser claro: eu não acuso o Papa e eu gosto dele. Eu estou pela Igreja, e pelo Papa, e não me afastarei da Igreja e nem do Papa. O documento é um ato de devoção e um convite à reflexão", disse ainda à ANSA.
Essa não é a primeira vez que o documento "Amoris Laetitia" é questionado pelos conservadores dentro da Igreja. Em novembro do ano passado, um grupo de quatro cardeais liderado pelo ultraconservador norte-americano Raymond Leo Burke enviou também uma carta questionando quatro pontos da exortação.
Apesar das críticas, poucos dias depois do grupo também divulgar na internet o documento, Jorge Mario Bergoglio afirmou que essas críticas"não tiram o meu sono". Ainda naquele mês, o argentino afirmou que era preciso ver "o espírito com que elas são ditas" e que quando "não há o espírito bravo, elas ajudam a caminhar".
"Alguns continuam a não compreender: ou é preto, ou é branco, mesmo que esteja no fluxo da vida o discernimento. O Concílio disse isso, mas os historiadores dizem que o Concílio, para ser bem absorvido pelo corpo da Igreja, tem a necessidade de um século. Bem, estamos na metade", disse aos jornalistas em novembro de 2016. (ANSA)
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