Berlusconi é suspeito de mandar atentados da máfia em 1993
FLORENÇA, 31 OUT (ANSA) - O ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi está sendo investigado pela Procuradoria da República em Florença por suspeita de ter sido mandante dos atentados cometidos pela máfia no país em 1993.
Aos 81 anos de idade, o líder conservador já havia sido alvo de inquéritos semelhantes em outras duas ocasiões, sendo que o último foi arquivado em 2011. No entanto, o Tribunal de Florença autorizou a reabertura do caso após a Procuradoria ter obtido interceptações de conversas na cadeia envolvendo Giuseppe Graviano, ex-chefe de um clã da Cosa Nostra preso desde 1994.
Os grampos foram realizados no âmbito da investigação que apura as relações entre o Estado e a máfia, conduzida pela Procuradoria da República em Palermo. Em uma das gravações, registrada em 2016, Graviano diz ao camorrista Umberto Adinolfi, seu companheiro de cárcere: "Berlusconi me pediu essa cortesia, por isso houve essa urgência".
A palavra "cortesia" seria uma referência aos atentados de 1993, que antecederam a entrada do ex-primeiro-ministro na política.
"Ele queria descer [entrar na política], mas naquele período havia os velhos, então ele me disse: seria preciso que uma coisa bela acontecesse", afirma Graviano em outro trecho das interceptações.
Além disso, o mafioso conta que "se sentou" com Berlusconi 25 anos atrás e deu "bem-estar" a ele. "Depois me aconteceu uma desgraça, fui preso, e você [Berlusconi] começa a me apunhalar.
E por quê? Por dinheiro, para não perder o dinheiro", acrescenta.
Segundo o advogado do ex-primeiro-ministro, Niccolò Ghedini, Graviano nunca se encontrou com seu cliente, e suas declarações são "ilações" criadas com o objetivo de prejudicá-lo nas eleições legislativas previstas para o início de 2018.
Outro investigado é o ex-senador Marcello Dell'Utri, condenado a sete anos de prisão por associação mafiosa e tido como responsável por um acordo com a Cosa Nostra em 1974 para proteger Berlusconi. De acordo com sua defesa, Graviano diz "bravíssimo" nas interceptações, e não o nome do ex-premier.
O mafioso foi convocado ao Tribunal de Palermo para explicar o teor de suas declarações, mas preferiu ficar em silêncio. O período entre 1992 e 1993 foi marcado por uma série de atentados da máfia nas principais cidades italianas, incluindo Florença, Roma e Milão.
Berlusconi foi eleito primeiro-ministro no ano seguinte e viria a governar a Itália em três períodos (1994-1995, 2001-2006 e 2008-2011). Em 2013, foi condenado em última instância a um ano de realização de serviços sociais por fraude fiscal, pena já cumprida, e acabou perdendo seu mandato de senador e ficando inelegível por seis anos.
O ex-premier também responde a processos por compra e venda de votos no Parlamento e corrupção. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
Aos 81 anos de idade, o líder conservador já havia sido alvo de inquéritos semelhantes em outras duas ocasiões, sendo que o último foi arquivado em 2011. No entanto, o Tribunal de Florença autorizou a reabertura do caso após a Procuradoria ter obtido interceptações de conversas na cadeia envolvendo Giuseppe Graviano, ex-chefe de um clã da Cosa Nostra preso desde 1994.
Os grampos foram realizados no âmbito da investigação que apura as relações entre o Estado e a máfia, conduzida pela Procuradoria da República em Palermo. Em uma das gravações, registrada em 2016, Graviano diz ao camorrista Umberto Adinolfi, seu companheiro de cárcere: "Berlusconi me pediu essa cortesia, por isso houve essa urgência".
A palavra "cortesia" seria uma referência aos atentados de 1993, que antecederam a entrada do ex-primeiro-ministro na política.
"Ele queria descer [entrar na política], mas naquele período havia os velhos, então ele me disse: seria preciso que uma coisa bela acontecesse", afirma Graviano em outro trecho das interceptações.
Além disso, o mafioso conta que "se sentou" com Berlusconi 25 anos atrás e deu "bem-estar" a ele. "Depois me aconteceu uma desgraça, fui preso, e você [Berlusconi] começa a me apunhalar.
E por quê? Por dinheiro, para não perder o dinheiro", acrescenta.
Segundo o advogado do ex-primeiro-ministro, Niccolò Ghedini, Graviano nunca se encontrou com seu cliente, e suas declarações são "ilações" criadas com o objetivo de prejudicá-lo nas eleições legislativas previstas para o início de 2018.
Outro investigado é o ex-senador Marcello Dell'Utri, condenado a sete anos de prisão por associação mafiosa e tido como responsável por um acordo com a Cosa Nostra em 1974 para proteger Berlusconi. De acordo com sua defesa, Graviano diz "bravíssimo" nas interceptações, e não o nome do ex-premier.
O mafioso foi convocado ao Tribunal de Palermo para explicar o teor de suas declarações, mas preferiu ficar em silêncio. O período entre 1992 e 1993 foi marcado por uma série de atentados da máfia nas principais cidades italianas, incluindo Florença, Roma e Milão.
Berlusconi foi eleito primeiro-ministro no ano seguinte e viria a governar a Itália em três períodos (1994-1995, 2001-2006 e 2008-2011). Em 2013, foi condenado em última instância a um ano de realização de serviços sociais por fraude fiscal, pena já cumprida, e acabou perdendo seu mandato de senador e ficando inelegível por seis anos.
O ex-premier também responde a processos por compra e venda de votos no Parlamento e corrupção. (ANSA)
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