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Dívida italiana pode ser fonte de instabilidade, diz UE

22/11/2017 17h27

ROMA, 22 NOV (ANSA) - O comissário da União Europeia para Estabilidade Financeira, Valdis Dombrovskis, afirmou, em entrevista à ANSA, que a dívida pública italiana pode se tornar uma "fonte de instabilidade".   

A declaração chega no momento em que Bruxelas analisa o projeto de lei orçamentária da Itália para 2018 e representa mais um apelo para o país equilibrar suas contas. Atualmente, o débito publico italiano é superior a 130% do Produto Interno Bruto (PIB), mais que o dobro do limite de 60% previsto pelo Pacto de Estabilidade da União Europeia.   

Em todo o bloco, a península só fica atrás da Grécia (177%). "A dívida italiana é um grande custo para a economia. No momento, vivemos em um ambiente de juros baixos, mas se houver uma mudança na política monetária, se a inflação subir, isso se somará aos custos e pode ser fonte de instabilidade", alertou Dombrovskis.   

Segundo o comissário, a Itália precisa usar a atual conjuntura para "reduzir o débito". Além disso, o letão afirmou que a economia do país crescerá abaixo da média da UE em 2017 e 2018 e que o desemprego, apesar das quedas recentes, continua mais alto do que a média europeia.   

"A situação econômica está melhorando lentamente, mas é importante colocar a dívida pública em um caminho descendente", acrescentou o comissário. O débito elevado impossibilita a Itália de reduzir impostos de forma mais agressiva e de ampliar as medidas de incentivo ao crescimento, em um momento em que sua economia ainda patina para sair da crise.   

Além disso, o país tem desembolsado bilhões de euros para lidar com questões emergenciais, como a reconstrução das cidades destruídas por terremotos em 2016 e a crise migratória. (ANSA)
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