Joe Biden acusa Rússia de interferir em referendo italiano
ROMA, 8 DEZ (ANSA) - O ex-vice-presidente dos Estados Unidos Joe Biden acusou o governo da Rússia de ter "interferido" no referendo constitucional ocorrido na Itália no fim de 2016, que levou à renúncia do então premier Matteo Renzi, em um artigo publicado na revista "Foreign Affairs" nesta semana.
Biden ainda afirmou no texto, assinado conjuntamente com o ex-vice-secretário de Defesa Michael Carpenter, que o Kremlin está ajudando os partidos de oposição Movimento Cinco Estrelas (M5S) e Liga Norte em vista das próximas eleições legislativas da Itália em março do ano que vem.
Assim que o artigo "Como resistir ao Kremlin" foi publicado pela imprensa italiana, os líderes das duas siglas rejeitaram as acusações e destacaram que é preciso "saber perder".
"É preciso saber perder e, sobretudo, é preciso respeitar o voto. Há um ano, o então governo norte-americano e aquele italiano focaram na vitória do "Sim" no referendo. Hoje, Biden diz que a culpa é da Rússia, como acusa a Rússia de ser a responsável pela vitória de [Donald] Trump e a derrota de seu partido. Ele não apresenta nenhuma prova e isso é inaceitável", disse através de um post no Facebook o M5S.
No referendo constitucional de 5 de dezembro de 2016, Renzi propôs uma ampla reforma na Constituição e no sistema eleitoral para o Senado, mas foi derrotado nas urnas. O então premier, que é do partido de centro-esquerda Partido Democrático (PD), renunciou como havia prometido se perdesse a disputa.
Ainda de acordo com a sigla antissistema, "é compreensível que queiram mostrar as garras para justificar um complô internacional por conta da provável vitória do M5S nas eleições, mas chega". "Se vencermos, é porque os italianos quiseram", diz ainda o comunicado.
Já o líder do ultranacionalista Liga Norte, Matteo Salvini, também ironizou o artigo e destacou que "Renzi perdeu o referendo e perderá as eleições porque os italianos tem bom senso e não porque [Vladimir] Putin quer".
"Uma boa relação com a Rússia é estratégica para a Itália e para as empresas italianas e as sanções econômicas contra os russos serão cortadas por nós. Não porque é o que Putin diz, mas porque esse é o interesse nacional italiano. E nós faremos isso não por estarmos sendo pagos, mas porque é simplesmente justo - e o resto é 'fake news'", disse Salvini.
Essa não é a primeira vez que os russos são acusados de "ajudarem" o M5S, mas as acusações sempre foram rejeitadas pelos líderes da sigla antissistema.
Para as eleições do ano que vem, Renzi aparece como o candidato a premier de sua sigla, em um pleito que, segundo as primeiras estimativas, mostra que os votos estão divididos praticamente em 30% para cada um dos três principais partidos do país - PD, M5S e Força Itália, de Silvio Berlusconi. Caso a aliança de centro-direita entre Berlusconi, Salvini e o Fratelli d'Italia seja concretizada, há grandes chances do governo italiano voltar a ter uma orientação de centro-direita. (ANSA)--Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
Biden ainda afirmou no texto, assinado conjuntamente com o ex-vice-secretário de Defesa Michael Carpenter, que o Kremlin está ajudando os partidos de oposição Movimento Cinco Estrelas (M5S) e Liga Norte em vista das próximas eleições legislativas da Itália em março do ano que vem.
Assim que o artigo "Como resistir ao Kremlin" foi publicado pela imprensa italiana, os líderes das duas siglas rejeitaram as acusações e destacaram que é preciso "saber perder".
"É preciso saber perder e, sobretudo, é preciso respeitar o voto. Há um ano, o então governo norte-americano e aquele italiano focaram na vitória do "Sim" no referendo. Hoje, Biden diz que a culpa é da Rússia, como acusa a Rússia de ser a responsável pela vitória de [Donald] Trump e a derrota de seu partido. Ele não apresenta nenhuma prova e isso é inaceitável", disse através de um post no Facebook o M5S.
No referendo constitucional de 5 de dezembro de 2016, Renzi propôs uma ampla reforma na Constituição e no sistema eleitoral para o Senado, mas foi derrotado nas urnas. O então premier, que é do partido de centro-esquerda Partido Democrático (PD), renunciou como havia prometido se perdesse a disputa.
Ainda de acordo com a sigla antissistema, "é compreensível que queiram mostrar as garras para justificar um complô internacional por conta da provável vitória do M5S nas eleições, mas chega". "Se vencermos, é porque os italianos quiseram", diz ainda o comunicado.
Já o líder do ultranacionalista Liga Norte, Matteo Salvini, também ironizou o artigo e destacou que "Renzi perdeu o referendo e perderá as eleições porque os italianos tem bom senso e não porque [Vladimir] Putin quer".
"Uma boa relação com a Rússia é estratégica para a Itália e para as empresas italianas e as sanções econômicas contra os russos serão cortadas por nós. Não porque é o que Putin diz, mas porque esse é o interesse nacional italiano. E nós faremos isso não por estarmos sendo pagos, mas porque é simplesmente justo - e o resto é 'fake news'", disse Salvini.
Essa não é a primeira vez que os russos são acusados de "ajudarem" o M5S, mas as acusações sempre foram rejeitadas pelos líderes da sigla antissistema.
Para as eleições do ano que vem, Renzi aparece como o candidato a premier de sua sigla, em um pleito que, segundo as primeiras estimativas, mostra que os votos estão divididos praticamente em 30% para cada um dos três principais partidos do país - PD, M5S e Força Itália, de Silvio Berlusconi. Caso a aliança de centro-direita entre Berlusconi, Salvini e o Fratelli d'Italia seja concretizada, há grandes chances do governo italiano voltar a ter uma orientação de centro-direita. (ANSA)--
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.