Itália enviará tropas ao Níger contra tráfico de humanos
ROMA, 24 DEZ (ANSA) - O primeiro-ministro da Itália, Paolo Gentiloni, anunciou neste domingo (24) que enviará tropas ao Níger, na região africana do Sahel, para combater o tráfico de seres humanos e o terrorismo.
A medida é mais uma ação de Roma para tentar fechar a rota migratória clandestina do Mediterrâneo Central, que já teve uma drástica redução após o acordo para treinar e equipar a Guarda Costeira da Líbia para resgates marítimos.
"O terrorismo se consolidou nos últimos anos no Sahel, na África, e esse é um dos motivos pelos quais uma parte das forças que estão alocadas no Iraque será transferida nos próximos meses para o Níger, em uma missão que terá o papel de consolidar aquele país e enfrentar o tráfico de seres humanos e o terrorismo", disse Gentiloni, em encontro com a tripulação de um navio militar italiano.
Ao longo deste ano, o primeiro-ministro já havia anunciado uma ajuda de 50 milhões de euros para reforçar as fronteiras do Níger e determinado a abertura de uma embaixada na capital do país, Niamey.
Nação de grandes dimensões e divisas porosas, o Níger fica no Sahel, espécie de cinturão árido que separa a África Subsaariana, de onde parte a maioria dos migrantes forçados que têm a Itália como destino, da costa mediterrânea do continente.
Recentemente, a União Europeia também prometeu 50 milhões de euros para a criação de uma força conjunta de cinco países do Sahel - Burkina Fasso, Chade, Mali e Mauritânia, além do próprio Níger - para controlar os fluxos migratórios.
Além disso, Niamey participou, a convite de Roma, da última cúpula do G7, em maio, na cidade italiana de Taormina. "Com a contribuição da Itália, foi alcançado um objetivo fundamental em 2017: o Daesh [como também é chamado o Estado Islâmico] foi derrotado. Mas a ameaça terrorista não sumiu, e nós devemos continuar trabalhando, concentrando nossas atenções nas ameaças provenientes do tráfico de seres humanos", acrescentou Gentiloni. Segundo o chefe do Estado-Maior da Itália, general Claudio Graziano, já está em curso uma missão de reconhecimento para preparar o envio das tropas, que incluirão "algumas centenas de homens". Os soldados partirão assim que a ação for aprovada pelo Parlamento, que só retomará suas atividades em janeiro.
No entanto, existe a expectativa de que o presidente Sergio Mattarella dissolva o legislativo nos próximos dias e convoque eleições para março, o que adiaria o início da missão no Níger.
"Não será uma missão de combate, nosso contingente terá a função de treinar as forças nigerinas e torná-las capazes de enfrentar eficazmente o tráfico de migrantes e o terrorismo", explicou o general Graziano.
A Itália trabalhará em conjunto com a França e as Nações Unidas (ONU), que já possuem contingentes em Niamey. Em 2017, o número de migrantes forçados na rota do Mediterrâneo Central já acumula queda de 33,85%. Entre 1º de janeiro e 22 de dezembro, 118.914 pessoas foram socorridas no mar e levadas aos portos italianos, contra 179.769 do mesmo período do ano passado.
Grande parte dessa redução se deve ao treinamento oferecido por Roma à Guarda Costeira da Líbia, que passou a fazer operações de resgate no Mediterrâneo e a levar os indivíduos salvos de volta ao país africano, onde são colocados em campos de acolhimento ou até centros de detenção. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
A medida é mais uma ação de Roma para tentar fechar a rota migratória clandestina do Mediterrâneo Central, que já teve uma drástica redução após o acordo para treinar e equipar a Guarda Costeira da Líbia para resgates marítimos.
"O terrorismo se consolidou nos últimos anos no Sahel, na África, e esse é um dos motivos pelos quais uma parte das forças que estão alocadas no Iraque será transferida nos próximos meses para o Níger, em uma missão que terá o papel de consolidar aquele país e enfrentar o tráfico de seres humanos e o terrorismo", disse Gentiloni, em encontro com a tripulação de um navio militar italiano.
Ao longo deste ano, o primeiro-ministro já havia anunciado uma ajuda de 50 milhões de euros para reforçar as fronteiras do Níger e determinado a abertura de uma embaixada na capital do país, Niamey.
Nação de grandes dimensões e divisas porosas, o Níger fica no Sahel, espécie de cinturão árido que separa a África Subsaariana, de onde parte a maioria dos migrantes forçados que têm a Itália como destino, da costa mediterrânea do continente.
Recentemente, a União Europeia também prometeu 50 milhões de euros para a criação de uma força conjunta de cinco países do Sahel - Burkina Fasso, Chade, Mali e Mauritânia, além do próprio Níger - para controlar os fluxos migratórios.
Além disso, Niamey participou, a convite de Roma, da última cúpula do G7, em maio, na cidade italiana de Taormina. "Com a contribuição da Itália, foi alcançado um objetivo fundamental em 2017: o Daesh [como também é chamado o Estado Islâmico] foi derrotado. Mas a ameaça terrorista não sumiu, e nós devemos continuar trabalhando, concentrando nossas atenções nas ameaças provenientes do tráfico de seres humanos", acrescentou Gentiloni. Segundo o chefe do Estado-Maior da Itália, general Claudio Graziano, já está em curso uma missão de reconhecimento para preparar o envio das tropas, que incluirão "algumas centenas de homens". Os soldados partirão assim que a ação for aprovada pelo Parlamento, que só retomará suas atividades em janeiro.
No entanto, existe a expectativa de que o presidente Sergio Mattarella dissolva o legislativo nos próximos dias e convoque eleições para março, o que adiaria o início da missão no Níger.
"Não será uma missão de combate, nosso contingente terá a função de treinar as forças nigerinas e torná-las capazes de enfrentar eficazmente o tráfico de migrantes e o terrorismo", explicou o general Graziano.
A Itália trabalhará em conjunto com a França e as Nações Unidas (ONU), que já possuem contingentes em Niamey. Em 2017, o número de migrantes forçados na rota do Mediterrâneo Central já acumula queda de 33,85%. Entre 1º de janeiro e 22 de dezembro, 118.914 pessoas foram socorridas no mar e levadas aos portos italianos, contra 179.769 do mesmo período do ano passado.
Grande parte dessa redução se deve ao treinamento oferecido por Roma à Guarda Costeira da Líbia, que passou a fazer operações de resgate no Mediterrâneo e a levar os indivíduos salvos de volta ao país africano, onde são colocados em campos de acolhimento ou até centros de detenção. (ANSA)
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