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Presidente pede que política italiana 'não tema o futuro'

31/12/2017 18h18

ROMA, 31 DEZ (ANSA) - Em sua tradicional mensagem de fim de ano, o presidente da Itália, Sergio Mattarella, pediu que a política do país não tenha medo do futuro. O pronunciamento neste domingo (31) deu a largada para a campanha eleitoral do pleito marcado para 4 de março de 2018.   

"Neste tempo, a palavra futuro pode evocar incerteza e preocupação. Mas, as mudanças são governadas para evitar que possam produzir injustiças e criar novas marginalizações. A autêntica missão da política consiste na capacidade de medir essas novidades, guiando os processos de mutação, para que ela se torne mais justa e sustentável para a nova temporada que se abre", disse o chefe de Estado.   

Ainda sobre a campanha eleitoral que começará agora em janeiro, o líder do país pediu que os partidos precisam fazer ações baseadas na realidade italiana e sem promessas absurdas.   

"O horizonte do futuro constitui o verdadeiro objeto do iminente confronto eleitoral. O dever de ter propostas adequadas - propostas realistas e concreta - é fortemente solicitado pela dimensão dos problemas de nosso país", destacou.   

Por conta disso, os problemas que existem na sociedade italiana "são superáveis" e podem "ser enfrentados com sucesso fazendo, cada um, inteiramente a parte de todos". Entre esses principais problemas, Mattarella ressaltou a questão do trabalho, destacando que o tema "continua como a primeira, e a mais grave, questão social" a ser resolvida. "Especialmente, os jovens, mas não apenas eles. É necessário que ele exista para cada família. Ao mesmo tempo, deve ser garantida a tutela dos direitos e a segurança para todos aqueles que trabalham", disse ainda.   

Para o pleito de 2018, ele afirmou que espera "uma ampla participação no voto e que ninguém renuncie ao direito de tentar decidir a sorte do nosso país". "Não podemos viver na armadilha de um eterno presente, quase em suspensão do tempo, que ignora o passado e obscura o que está por vir - e assim deforma a relação com a realidade. A democracia vive de compromisso com o presente, mas se alimenta da memória e da visão de futuro. Nós precisamos preparar o amanhã, e interpretar, e compreender as coisas novas", acrescentou.   

- Reflexões sobre o ano: Ao falar sobre o fim da 17ª legislatura e a dissolução do Parlamento, anunciada por ele no último dia 28, Mattarella destacou que "foi importante respeitar o ritmo, fisiológico, de cinco anos previsto pela Constituição".   

Sobre os "valores, princípios e regras" contidas na Constituição italiana "funda-se e desenvolve-se a nossa vida democrática".   

"Na sua liderança, coloca-se a soberania popular que se manifesta, sobretudo, nas eleições livres". O mandatário também ressaltou a importância da nova lei eleitoral italiana, aprovada após um acordo entre quatro das cinco maiores forças políticas do país, e que a votação no Parlamento "permitiu que os italianos se dirijam às urnas não com um sistema decidido pela Justiça".   

Ainda sobre 2017, Mattarella lembrou das tragédias do hotel Rigopiano, onde 29 pessoas morreram após uma avalanche em janeiro do ano passado, ao terremoto ocorrido em Ischia e as fortes enchentes em Livorno, que mataram seis pessoas.   

"Exprimo solidariedade aos familiares das vítimas de Rigopiano e das enchentes de Livorno; aos cidadãos de Ischia, que sofreram com os efeitos de um terremoto, e a todos aqueles que, ao longo do ano, atravessaram momentos de dor", disse ainda. Além disso, o chefe de Estado destacou os trabalhos de reconstrução da região central da Itália, que sofreu com uma série de terremotos em 2016,e agradeceu a todos os que trabalharam nas obras pós-sismo.   

Ele ainda lembrou das vítimas do atentado terrorista de Barcelona, que teve dois italianos entre as vítimas fatais, e pediu que "seja mantida a máxima vigilância na luta contra o terrorismo" tanto no país como na cooperação com outras nações.   

Mattarela e ainda enviou uma saudação especial para todos aqueles que "não podem festejar hoje porque estão trabalhando para cumprir suas obrigações e manter os serviços essenciais para todos nós, seja nas estradas, nos hospitais, nas cidades, para garantir a segurança, o socorro, informação ou dar um pouco de alívio no sofrimento". (ANSA)
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