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Procuradoria italiana pede condenação de aliado de Berlusconi

26/01/2018 15h10

PALERMO, 26 JAN (ANSA) - A Procuradoria de Palermo, na Itália, pediu nesta sexta-feira (26) a condenação de 12 anos de prisão para o ex-senador e aliado de Silivio Berlusconi, Marcello Dell'Utri, por ameaça e violência ao corpo político do Estado no processo que analisa as relações do governo italiano com grupos mafiosos.   

Atualmente, ele está descontando uma pena de sete anos de detenção por associação mafiosa e por ser considerado responsável por um acordo com a máfia Cosa Nostra, em 1974, para proteger Berlusconi.   

Além do ex-senador, os procuradores pediram 15 anos de prisão para o general Mario Mori, 12 anos de pena para o general Antonio Subranni e para o coronel Giuseppe De Donno.   

Segundo o procurador Vittorio Teresi, eles "são culpados e devem ser condenados por dialogar, ou pior, tratar com a máfia enquanto explodiam as bombas entre a Sicília e o Continente" no início dos anos 1990.   

Também foi pedida a prisão por seis anos do ex-ministro do Interior Nicola Mancino, acusado de mentir em depoimento.   

Os pedidos fazem parte do processo conhecido na Itália como "Stato-Mafia" ("Estado-Máfia"), que já conta com quatro anos e oito meses de investigações. Antes do pedido de condenação, foram realizadas 210 audiências e, agora, a etapa final está sendo iniciada.   

Segundo a acusação, em 1992, "os homens do ROS [uma das esquadras da polícia italiana] iniciaram a primeira tratativa com o ex-prefeito mafioso de Palermo Vito Ciancimino, que teria lhes dado um 'papel' com os pedidos de Totò Riina [chefe da Cosa Nostra] para parar com os atentados".   

No final da década de 1980 e início da de 1990, Riina declarou uma "guerra ao Estado", realizando uma série de atentados terroristas contra políticos, religiosos, civis e magistrados que lutavam contra as infiltrações mafiosas dentro do governo.   

Entre os mortos "mais famosos", estãos os juízes Giovanni Falcone e Paolo Borsellino, ambos mortos em ataques ordenados por ele. (ANSA)
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