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Papa lança reforma educacional e pede 'revolução cultural'

AFP
Imagem: AFP

29/01/2018 19h57

Depois da reforma financeira, da Cúria e da nulidade dos matrimônios, o papa Francisco anunciou nesta segunda-feira (29) mudanças nas universidades católicas e nos centros de ensino eclesiásticos. O Pontífice alterou as regras para as instituições de ensino superior, com base na Constituição Apostólica "Veritatis Gaudim", publicada nesta segunda-feira com as novas diretrizes educacionais católicas, as quais pedem uma "mudança de paradigma", em vista de um "novo modelo de desenvolvimento".   

Agora, as universidades precisão passar por um processo de avaliação antes de oferecer seus cursos, além de comprovar liquidez para se manter financeiramente. Também deverão disponibilizar formação à distância, com cursos on-line.   

Refletindo uma das preocupações mais presentes no pontificado de Francisco, o tratamento a refugiados e imigrantes estará no centro das universidades católicas, que deverão discutir modelos de inclusão e tratamento dos estudantes estrangeiros.   

Em países com os quais a Santa Sé mantém convênios internacionais, as universidades católicas irão promover o intercâmbio de estudantes e a mobilidade, como o programa europeu Erasmus.   

Atualmente, existem 298 faculdades eclesiásticas, além de 503 instituições afiliadas, o que totaliza 792 institutos de ensino.

No ensino superior, são 160 faculdades de Teologia, 49 de Filosofia, 32 de Direito Canônico e 40 de outras disciplinas. Anualmente, 64,5 mil estudantes comparecem às aulas nessas instituições, ministradas por 12 mil docentes. "Hoje não vivemos somente uma época de mudanças, mas sim uma verdadeira mudança de época", diz a Constituição Apostólica "Veritatis Gaudium", escrita pelo papa Francisco.

"A ocasião é propícia para proceder, com ponderada e profética determinação, à promoção a todos os níveis de um relançamento dos estudos eclesiásticos no contexto da nova etapa da missão da Igreja", completa o documento.