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Eleições/Helena Montanarini, candidata ao Senado da Itália(2)

21/02/2018 14h11

SÃO PAULO, 15 FEV (ANSA) - A comunidade de ítalo-descendentes no Brasil reclama bastante das filas para reconhecimento de cidadania nos consulados. O que a senhora propõe para melhorar essa situação? Uma das minhas propostas de trabalho é justamente essa, que é um dos maiores problemas que a gente vem enfrentando na América do Sul. Não é só no Brasil. Uma das minhas propostas é simplificar essa burocracia e tentar diminuir o prazo, o prazo é muito grande. E lutar também por um atendimento mais digno e eficiente nas redes consulares. A gente, durante a campanha, teve muito contato com o Uruguai, por exemplo. E lá o problema é muito pior. Toda a América do Sul reclama do problema consular. Acho que a gente tem que conseguir mais verbas para eles mandarem para o Brasil e para os outros países, para poder melhorar os serviços.   

A senhora é a favor da imposição de um limite de geração à concessão de cidadania jus sanguinis, como propôs um senador italiano no fim do ano passado? Não, definitivamente, não. Não sou a favor. Acho que todos nós temos direitos, e os direitos conquistados a gente não pode perder.   

Um dos projetos que ficaram pendentes na última legislatura italiana foi o do jus soli. Se eleita, a senhora defenderá a aprovação dessa lei? Eu acho que uma lei não exclui a outra. Todas elas são complementares, todas elas são importantes. Eu vou lutar para que o jus sanguinis não acabe, porque é um direito de todos.   

Está no meu plano de trabalho, Uma coisa conquistada não se perde, a gente tem que avançar. Essa é minha opinião.   

Nos últimos anos, a Itália foi destino de um dos maiores deslocamentos em massa desde a Segunda Guerra Mundial. Qual, na visão da senhora, deve ser a postura do governo para lidar com a crise migratória e de refugiados no Mediterrâneo? É um tema que me sensibiliza. Primeiro, a gente tem que ser humano. Esse problema europeu também nos afeta, porque meus avós, meus ascendentes, foram imigrantes. Todos nós temos esse problema. Uns foram bem tratados, e outros foram mal tratados aqui no Brasil, quase como escravos. Eu sou a favor de que haja uma política boa e humana para eles. Essa coisa do partido querer excluir um imigrante do país, eu não sou a favor, não.   

Sou a favor de a gente encontrar uma solução de bom senso e que seja boa para todos.   

Quem é o candidato ou candidata da senhora a primeiro-ministro nas eleições de março? A minha candidata é a [Beatrice] Lorenzin. Eu me filiei ao partido dela, o Civica Popolare. Você sabe que eu recebi o convite através da deputada Renata Bueno, que se filiou ao partido da Lorenzin. Então eu fui a fundo estudar a Beatrice Lorenzin para entender toda a proposta dela e onde eu estava me filiando. Ela é uma mulher de muita garra, uma mulher coerente, as propostas dela são coerentes e têm muito bom senso. Além do mais, é uma mulher e, a meu ver, a mulher sabe escutar. Tem a ver com a potência das mulheres. (ANSA)
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