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10 mil protestam contra morte de senegalês em Florença

10.mar.2018 - Manifestantes participam de protesto em homenagem a Idy Diene - Alessandro Bianchi/Reuters
10.mar.2018 - Manifestantes participam de protesto em homenagem a Idy Diene Imagem: Alessandro Bianchi/Reuters

10/03/2018 14h45

FLORENÇA, 10 MAR (ANSA) - Cerca de 10 mil pessoas participaram neste sábado (10) de uma manifestação em Florença, capital da região italiana da Toscana, em homenagem ao imigrante senegalês Idy Diene, vendedor ambulante assassinado a tiros no último dia 5 de março. 

Diene tinha 54 anos e foi morto por um idoso, Roberto Pirrone, 65, que queria se suicidar e, ao perder a coragem de tirar a própria vida, resolveu disparar aleatoriamente para ser preso. 

As autoridades descartaram motivações racistas para o crime, mas não convenceram os imigrantes que vivem na cidade. 

A passeata deste sábado foi composta sobretudo por senegaleses, que formam uma numerosa comunidade de mais de 100 mil pessoas na Itália. Com cartazes contra a discriminação racial, a concentração começou na praça Santa Maria Novella, no centro histórico de Florença, e seguiu para a ponte Amerigo  Vespucci, palco do assassinato. 

"Idy era uma pessoa de paz. Não queremos arrumar confusão", dizia um cartaz carregado por muitos imigrantes. Também havia faixas contra o prefeito Dario  Nardella, de centro-esquerda. 

"Nardella, a verdadeira degradação é você, vamos limpar a cidade do racismo", afirmava uma delas, em referência à cruzada do chefe municipal contra a degradação do centro histórico florentino. 

Outro alvo dos manifestantes foi o secretário federal do partido ultranacionalista Liga Norte, Matteo Salvini, que tem uma plataforma anti-imigração e pleiteia o cargo de primeiro-ministro. "Salvini, sem nós, sobre o que você teria falado?", dizia um cartaz.   

Apesar das críticas, o prefeito Nardella também participou do ato e não foi hostilizado pelos senegaleses - na última terça, ele havia levado uma cusparada no rosto em uma manifestação, mas de um italiano de extrema esquerda. 

"Falei com a família de Idy, que autorizou uma jornada fúnebre, com uma cerimônia fúnebre. Deste modo, daremos mais um sinal de sensibilidade em nossa cidade", afirmou, garantindo que Florença é um lugar "aberto".