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Direita e M5S reivindicam vitória em eleições em Molise

23/04/2018 08h52

CAMPOBASSO E ROMA, 23 ABR (ANSA) - O candidato Donato Toma, da coalizão de direita, foi eleito governador de Molise, pequena região situada no sul da Itália, nesta segunda-feira (23).   

O pleito ocorreu no último domingo (22), mas o resultado saiu apenas nesta manhã, já que os votos são contados manualmente.   

Toma obteve 43,46% da preferência e superou Andrea Greco, do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), com 38,5%.   

Já Carlo Veneziale, do centro-esquerdista Partido Democrático (PD), legenda que governa Molise atualmente, ficou em terceiro lugar, com 17,1%. Agostino Di Giacomo, do movimento neofascista CasaPound, recebeu apenas 0,42%.   

Na assembleia legislativa regional, a aliança conservadora, que reúne os partidos ultranacionalistas Liga e Irmãos da Itália (FDI) e o moderado Força Itália (FI), de Silvio Berlusconi, garantiu 12 assentos. O M5S ficou com seis, e o PD, com dois.   

"A massacrante vitória da centro-direita em Molise é outra indicação clara para o presidente [Sergio] Mattarella: os italianos querem um governo guiado pela centro-direita e com um programa de centro-direita", afirmou Giorgia Meloni, presidente do FDI.   

Molise é a segunda menor região da Itália, mas as eleições de 22 de abril eram acompanhadas com atenção em Roma, onde os partidos ainda não conseguiram chegar a um acordo para formar um novo governo.   

As negociações são protagonizadas pelo M5S e pela aliança conservadora, que brigam pelo direito de liderar uma eventual coligação e, por consequência, indicar o primeiro-ministro. Do lado antissistema, o objetivo é tirar a Liga da coalizão de direita e escolher Luigi Di Maio como chefe de governo.   

Já o secretário da legenda ultranacionalista, Matteo Salvini, vem resistindo a romper a aliança para ter mais chances de se tornar premier e para não perder o apoio de Berlusconi nas regiões governadas pela Liga. Tanto um lado quanto o outro esperavam uma vitória em Molise para ganhar força em Roma.   

"Sejamos rápidos, nós temos ideias claras e, se todos descerem do pedestal, em uma semana daremos um governo aos italianos", afirmou Salvini nesta segunda. Por sua vez, o M5S não reconheceu o triunfo da direita em Molise, alegando que Toma era apoiado por nove listas, sendo que nenhuma ultrapassou os 10%.   

"O nosso Andrea Greco, sozinho, superou 38%. O Movimento 5 Estrelas se confirma também em Molise como a primeira força política da região", disse Di Maio nas redes sociais. O mesmo cenário se repetiu em âmbito nacional nas eleições de 4 de março: o M5S foi o partido mais votado individualmente, porém ficou atrás da aliança conservadora.   

Do ponto de vista prático, o resultado em Molise não deve contribuir para solucionar o impasse em Roma, já que não houve nenhuma mudança no cenário. Nesta segunda, Mattarella convocou o chefe da Câmara dos Deputados, Roberto Fico (M5S), para lhe confiar um mandato "exploratório", após a líder do Senado, Elisabetta Alberti Casellati (FI), não ter conseguido costurar um acordo com o movimento antissistema. (ANSA)
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