'É dever dar governo à Itália', cobra presidente
ROMA, 23 ABR (ANSA) - O presidente da Itália, Sergio Mattarella, concedeu nesta segunda-feira (23) um mandato "exploratório" ao chefe da Câmara dos Deputados, Roberto Fico, do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S).
O objetivo de Fico será verificar se há a possibilidade de formar uma aliança entre o M5S e o Partido Democrático (PD), de centro-esquerda. Ele terá até a próxima quinta-feira (26) para apresentar suas conclusões a Mattarella. "Começarei a trabalhar imediatamente. Na minha opinião, o ponto fundamental é partir de temas que sejam do interesse do país", afirmou o presidente da Câmara.
Fico foi convocado por Mattarella após a presidente do Senado, Elisabetta Alberti Casellati, do conservador Força Itália (FI), não ter conseguido costurar um acordo entre o M5S e a aliança de direita. O fracasso nas negociações fez o chefe de Estado olhar para o outro partido que pode garantir maioria ao movimento antissistema e que tem se mantido afastado das tratativas.
"Passados quase dois meses das eleições de 4 de março, é preciso destacar o dever de dar um governo à Itália o mais rapidamente possível. Esperei para ver eventuais novidades nas conversas entre os partidos [M5S e direita], mas essas novidades não surgiram", disse Mattarella na reunião com o presidente da Câmara.
Conversas - O primeiro encontro de Fico foi com o premier demissionário Paolo Gentiloni, que pertence ao PD. Partido mais votado nas eleições de 4 de março, o M5S tem 35% da Câmara e 34% do Senado, enquanto a legenda de centro-esquerda possui 17% e 16%, respectivamente. Somadas, as duas forças teriam uma maioria estreita no Parlamento.
Ambas poderiam ainda buscar o apoio de pequenos partidos de esquerda dissidentes do PD ou das legendas que representam as minorias linguísticas da Itália. Contudo, até o momento, as lideranças do Partido Democrático, principalmente o ex-primeiro-ministro Matteo Renzi, têm resistido a dar sinais de abertura ao M5S.
Nascido em Nápoles, Fico tem 43 anos e é um dos expoentes do movimento antissistema, além de ser visto como uma espécie de antagonista interno do líder da sigla, Luigi Di Maio. O presidente da Câmara representa a ala mais "à esquerda" no M5S.
Ao mesmo tempo em que Fico exerce seu mandato exploratório, Di Maio deve seguir tratando com a ultranacionalista Liga, de Matteo Salvini, em algo que ele mesmo chamou de "política dos dois fornos". "Eu não quero ver Renzi no governo pelos próximos cinco anos. Não é justo, não é normal, não é respeitoso. É preciso esperar as indicações do presidente, etc, etc, mas farei de tudo para que essa brincadeira não vire realidade", disse Salvini.
Caso não haja acordo, Mattarella terá poucas opções à mesa. Uma delas seria ele mesmo indicar uma figura de relevo para liderar um governo de prazo e escopo limitados: por exemplo, um gabinete para aprovar um novo sistema eleitoral e levar o país às urnas no ano que vem.
A outra seria convocar eleições antecipadas já para 2018, mas o presidente não vê essa hipótese com bons olhos, uma vez que o cenário de fragmentação no Parlamento provavelmente se repetiria. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
O objetivo de Fico será verificar se há a possibilidade de formar uma aliança entre o M5S e o Partido Democrático (PD), de centro-esquerda. Ele terá até a próxima quinta-feira (26) para apresentar suas conclusões a Mattarella. "Começarei a trabalhar imediatamente. Na minha opinião, o ponto fundamental é partir de temas que sejam do interesse do país", afirmou o presidente da Câmara.
Fico foi convocado por Mattarella após a presidente do Senado, Elisabetta Alberti Casellati, do conservador Força Itália (FI), não ter conseguido costurar um acordo entre o M5S e a aliança de direita. O fracasso nas negociações fez o chefe de Estado olhar para o outro partido que pode garantir maioria ao movimento antissistema e que tem se mantido afastado das tratativas.
"Passados quase dois meses das eleições de 4 de março, é preciso destacar o dever de dar um governo à Itália o mais rapidamente possível. Esperei para ver eventuais novidades nas conversas entre os partidos [M5S e direita], mas essas novidades não surgiram", disse Mattarella na reunião com o presidente da Câmara.
Conversas - O primeiro encontro de Fico foi com o premier demissionário Paolo Gentiloni, que pertence ao PD. Partido mais votado nas eleições de 4 de março, o M5S tem 35% da Câmara e 34% do Senado, enquanto a legenda de centro-esquerda possui 17% e 16%, respectivamente. Somadas, as duas forças teriam uma maioria estreita no Parlamento.
Ambas poderiam ainda buscar o apoio de pequenos partidos de esquerda dissidentes do PD ou das legendas que representam as minorias linguísticas da Itália. Contudo, até o momento, as lideranças do Partido Democrático, principalmente o ex-primeiro-ministro Matteo Renzi, têm resistido a dar sinais de abertura ao M5S.
Nascido em Nápoles, Fico tem 43 anos e é um dos expoentes do movimento antissistema, além de ser visto como uma espécie de antagonista interno do líder da sigla, Luigi Di Maio. O presidente da Câmara representa a ala mais "à esquerda" no M5S.
Ao mesmo tempo em que Fico exerce seu mandato exploratório, Di Maio deve seguir tratando com a ultranacionalista Liga, de Matteo Salvini, em algo que ele mesmo chamou de "política dos dois fornos". "Eu não quero ver Renzi no governo pelos próximos cinco anos. Não é justo, não é normal, não é respeitoso. É preciso esperar as indicações do presidente, etc, etc, mas farei de tudo para que essa brincadeira não vire realidade", disse Salvini.
Caso não haja acordo, Mattarella terá poucas opções à mesa. Uma delas seria ele mesmo indicar uma figura de relevo para liderar um governo de prazo e escopo limitados: por exemplo, um gabinete para aprovar um novo sistema eleitoral e levar o país às urnas no ano que vem.
A outra seria convocar eleições antecipadas já para 2018, mas o presidente não vê essa hipótese com bons olhos, uma vez que o cenário de fragmentação no Parlamento provavelmente se repetiria. (ANSA)
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