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Após escândalo,Reino Unido anuncia Sajid Javid para Interior

30/04/2018 13h49

LONDRES, 30 ABR (ANSA) - Após a ministra do Interior do Reino Unido, Amber Rudd, renunciar na noite deste domingo (29) em meio a um escândalo sobre imigrantes, a primeira-ministra britânica, Theresa May, nomeou hoje (30) Sajid Javid para assumir o cargo. A medida acontece depois que Javid tentou apaziguar a revolta entre as minorias étnicas durante o final de semana, após Rudd protagonizar uma polêmica na qual é acusada de enganar o Parlamento sobre o estabelecimento de cotas anuais para deportação de imigrantes ilegais, plano ambicioso apresentado no ano passado.   

O caso diz respeito aos descendentes da chamada "geração Windrush", levada ao Reino Unido entre 1948 e 1973 para ajudar na reconstrução do território depois da Segunda Guerra, que foram rotulados como imigrantes ilegais, apesar de morarem no país há décadas.   

Com isso, esses imigrantes têm sido pressionados pelo governo para apresentarem provas de cidadania. Além disso, os britânicos estão negando atendimento médico para o grupo e, segundo relatos, eles têm recebido ameaças de deportação.   

Após a divulgação do caso, a oposição passou a pedir a renúncia, que foi aceita por May depois que a ex-ministra negou em depoimento no Parlamento a existência de alvos para deportações, mas foi desmentida pela imprensa local que descobriu um memorando com todos os detalhes sobre as "remoções forçadas". O escândalo, inclusive, acabou ofuscando a cúpula da Commonwealth em Londres no início do mês e levantou questões sobre a passagem de May como ministra do Interior. Entretanto, o governo pediu desculpas pelo caso e afirmou que vai compensar todos os afetados, seja com cidadania ou que tiveram seus benefícios negados. Centenas de parlamentares enviaram uma carta a primeira-ministra para pedir que essas mudanças se tornem leis o mais rápido possível.   

Javid é filho de imigrantes paquistaneses e é o primeiro parlamentar da comunidade negra, asiática e etnicamente minoritária do Reino Unido a assumir o posto. (ANSA)
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