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Coreia do Norte pede abertura de voos para o Sul

Lee Jin-man/Reuters
Imagem: Lee Jin-man/Reuters

Em Nova York

04/05/2018 13h59

A Coreia do Norte apresentou um pedido para abrir novas rotas aéreas para a Coreia do Sul. A solicitação foi feita em fevereiro à Organização da Aviação Civil Internacional (Icao, na sigla em inglês), agência ligada à ONU e com sede em Montreal, no Canadá.

Segundo a entidade, o regime de Kim Jong-un quer instituir "serviços de tráfego aéreo" entre a capital Pyongyang e a cidade sul-coreana de Incheon, nos arredores de Seul. A Icao enviou a proposta para a Coreia do Sul, que está "analisando" o pedido.   

Além disso, uma delegação da agência irá ao Norte na semana que vem para discutir o assunto. Atualmente, a companhia aérea estatal de Pyongyang, Air Koryo, voa para aeroportos na Rússia e na China.   

Embora a Icao não possa determinar regras a países, costuma ser ouvida em termos de segurança e proteção no espaço aéreo.

Fuso horário unificado

A Coreia do Norte unificou nesta sexta-feira (4) seu fuso horário com a Coreia do Sul, em mais uma medida no âmbito da reaproximação entre os dois  A partir de agora, os norte-coreanos passam a ficar nove horas à frente do Meridiano de Greenwich (o meridiano zero), ao invés de oito horas e meia. A mudança foi informada pela emissora estatal "KCNA".   

O fuso antigo havia sido implantado em 2015, em protesto contra o "pérfido imperialismo do Japão". Antes disso, ele vigorara até 1910, ano da invasão japonesa na Península Coreana.   

A ideia de alterar o horário do país havia sido antecipada por Kim Jong-un no histórico encontro com o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, no vilarejo fronteiriço de Panmunjom, em 27 de abril.   

"Sinto amargura ao ver que aqui há dois relógios na parede da Casa da Paz [local da reunião], um para o horário de Seul e outro para o de Pyongyang", dissera o líder norte-coreano na ocasião.   

O adiantar dos ponteiros é o primeiro ato prático tomado após a cúpula de Panmunjom, durante a qual Kim e Moon prometeram a assinatura de um acordo de paz ainda para 2018.   

Nas próximas semanas, o líder da Coreia do Norte também deve se reunir com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para tratar da "desnuclearização" da península.