Frase de comissário abre crise entre UE e Itália
BERLIM, 29 MAI (ANSA) - Um comentário do comissário da União Europeia para Orçamento e Recursos Humanos, Günther Oettinger, abriu uma nova crise entre o bloco e a Itália, que já vive uma delicada turbulência política e institucional por causa do fracasso na formação de um governo populista.
A declaração foi dada em entrevista à "Deutsche Welle" e antecipada por um jornalista da agência alemã, Bernd Thomas Riegert. Na versão inicial, Oettinger dizia que o "desenvolvimento negativo dos mercados levaria os italianos a não votarem mais em populistas".
Poucas horas depois, alegando um erro ao citar a frase do comissário, o repórter reformulou a informação. Segundo a nova versão, Oettinger disse: "Minha preocupação e expectativa é que as próximas semanas mostrarão que os acontecimentos nos mercados, nos títulos e na economia da Itália se tornarão tão abrangentes que podem virar um sinal para os eleitores, no fim das contas, não votarem em populistas de direita ou esquerda".
Além disso, o comissário afirmou esperar que "isso tenha um papel na campanha eleitoral e envie um sinal para não entregar responsabilidade de governo a populistas de direita e esquerda".
O posicionamento de uma figura institucional de relevo na UE provocou reações negativas na Itália, em todos os campos políticos.
"Quem insulta meu povo dizendo que os mercados ensinarão os italianos a votarem deve se demitir imediatamente", declarou o secretário da ultranacionalista Liga, Matteo Salvini. Ele foi o principal defensor da indicação a ministro das Finanças do professor antieuro Paolo Savona, vetado pelo presidente Sergio Mattarella.
"A Itália não é uma democracia de soberania limitada. Não são os mercados que decidem o destino da República, mas sim os cidadãos, com seu voto livre, e as instituições que os representam. Peço a todos que respeitem a vontade dos italianos", escreveu no Twitter o presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, que é italiano.
Já a representação da Itália em Bruxelas afirmou que os eleitores do país "não precisam de nenhuma lição". "A democracia italiana deve ser respeitada por todos", acrescentou. A própria UE tomou distância dos comentários de Oettinger, temendo fomentar sentimentos eurocéticos em um de seus países fundadores.
"O meu apelo a todas as instituições europeias: por favor, respeitem os eleitores. Estamos aqui para servi-los, não para dar lições", disse o presidente do Conselho Europeu - principal instância política do bloco -, Donald Tusk.
"Compete aos italianos e apenas a eles decidir o futuro de seu país, a ninguém mais", reforçou o porta-voz do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
A declaração foi dada em entrevista à "Deutsche Welle" e antecipada por um jornalista da agência alemã, Bernd Thomas Riegert. Na versão inicial, Oettinger dizia que o "desenvolvimento negativo dos mercados levaria os italianos a não votarem mais em populistas".
Poucas horas depois, alegando um erro ao citar a frase do comissário, o repórter reformulou a informação. Segundo a nova versão, Oettinger disse: "Minha preocupação e expectativa é que as próximas semanas mostrarão que os acontecimentos nos mercados, nos títulos e na economia da Itália se tornarão tão abrangentes que podem virar um sinal para os eleitores, no fim das contas, não votarem em populistas de direita ou esquerda".
Além disso, o comissário afirmou esperar que "isso tenha um papel na campanha eleitoral e envie um sinal para não entregar responsabilidade de governo a populistas de direita e esquerda".
O posicionamento de uma figura institucional de relevo na UE provocou reações negativas na Itália, em todos os campos políticos.
"Quem insulta meu povo dizendo que os mercados ensinarão os italianos a votarem deve se demitir imediatamente", declarou o secretário da ultranacionalista Liga, Matteo Salvini. Ele foi o principal defensor da indicação a ministro das Finanças do professor antieuro Paolo Savona, vetado pelo presidente Sergio Mattarella.
"A Itália não é uma democracia de soberania limitada. Não são os mercados que decidem o destino da República, mas sim os cidadãos, com seu voto livre, e as instituições que os representam. Peço a todos que respeitem a vontade dos italianos", escreveu no Twitter o presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, que é italiano.
Já a representação da Itália em Bruxelas afirmou que os eleitores do país "não precisam de nenhuma lição". "A democracia italiana deve ser respeitada por todos", acrescentou. A própria UE tomou distância dos comentários de Oettinger, temendo fomentar sentimentos eurocéticos em um de seus países fundadores.
"O meu apelo a todas as instituições europeias: por favor, respeitem os eleitores. Estamos aqui para servi-los, não para dar lições", disse o presidente do Conselho Europeu - principal instância política do bloco -, Donald Tusk.
"Compete aos italianos e apenas a eles decidir o futuro de seu país, a ninguém mais", reforçou o porta-voz do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker. (ANSA)
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