Partido antissistema recua para garantir governo na Itália
ROMA, 30 MAI (ANSA) - Após negociações informais com o presidente da Itália, Sergio Mattarella, o líder do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), Luigi Di Maio, abriu a possibilidade de buscar uma alternativa para o Ministério das Finanças.
A notícia pode abrir caminho para a resolução de um impasse de quase 90 dias, mas ainda depende da concordância da ultranacionalista Liga.
Di Maio deixou para trás a ideia de pedir o impeachment de Mattarella e se dirigiu nesta quarta-feira (30) à Presidência da República, em Roma, para tentar salvar a hipótese de um governo "político" e evitar eleições antecipadas.
Ao sair do Palácio do Quirinale, o líder do M5S fez uma transmissão no Facebook e mostrou otimismo em resolver a crise.
"Encontremos uma pessoa do mesmo calibre do excelente professor [Paolo] Savona, que permaneceria na equipe, em outra posição", declarou.
Paolo Savona foi indicado a ministro de Finanças pela Liga, mas seu nome foi barrado pelo presidente Mattarella, que se recusou a dar o comando da economia italiana a um professor conhecido por sua postura crítica ao euro.
Como a Liga e o próprio M5S não quiseram indicar outro nome, as negociações foram encerradas no último domingo (27), e Mattarella encarregou o economista Carlo Cottarelli, ex-FMI, de formar um governo técnico.
"Se temos de ter um governo técnico somente porque na equipe de ministros há alguém recusado pelo Quirinale, então posso ser razoável: encontremos uma pessoa do mesmo calibre de Savona", acrescentou Di Maio, sem anunciar o nome do eventual substituto nem qual cargo o professor ocuparia no governo.
O líder do M5S também jogou a responsabilidade para a Liga, que chegou a escrever um "contrato" com o movimento antissistema, mas resiste em abrir mão de Savona. "Não depende de nós, depende da outra força política que faz parte do contrato. Estamos dispostos a reconvocar [Giuseppe] Conte ao Quirinale", disse.
O secretário da Liga, Matteo Salvini, no entanto, não parece disponível a recuar. "Se me tirarem um só homem daquela equipe de governo, não há sentido que o governo exista. Se alguém, pelos motivos mais bizarros, não cai bem para a Europa, para Berlim, para os mercados, para [Angela] Merkel e para os bancos, o que podemos fazer?", declarou.
As pesquisas mostram que Salvini seria o maior beneficiado por eleições antecipadas, já que a Liga aparece com quase 10 pontos a mais do que os 17% dos votos conquistados em 4 de março. Se esse resultado se confirmasse nas urnas, o líder da direita nacionalista teria mais força perante o M5S e o próprio Mattarella.
Enquanto isso, Cottarelli segue como primeiro-ministro encarregado, mas ele e o presidente decidiram dar mais tempo para a possibilidade de um governo político. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
A notícia pode abrir caminho para a resolução de um impasse de quase 90 dias, mas ainda depende da concordância da ultranacionalista Liga.
Di Maio deixou para trás a ideia de pedir o impeachment de Mattarella e se dirigiu nesta quarta-feira (30) à Presidência da República, em Roma, para tentar salvar a hipótese de um governo "político" e evitar eleições antecipadas.
Ao sair do Palácio do Quirinale, o líder do M5S fez uma transmissão no Facebook e mostrou otimismo em resolver a crise.
"Encontremos uma pessoa do mesmo calibre do excelente professor [Paolo] Savona, que permaneceria na equipe, em outra posição", declarou.
Paolo Savona foi indicado a ministro de Finanças pela Liga, mas seu nome foi barrado pelo presidente Mattarella, que se recusou a dar o comando da economia italiana a um professor conhecido por sua postura crítica ao euro.
Como a Liga e o próprio M5S não quiseram indicar outro nome, as negociações foram encerradas no último domingo (27), e Mattarella encarregou o economista Carlo Cottarelli, ex-FMI, de formar um governo técnico.
"Se temos de ter um governo técnico somente porque na equipe de ministros há alguém recusado pelo Quirinale, então posso ser razoável: encontremos uma pessoa do mesmo calibre de Savona", acrescentou Di Maio, sem anunciar o nome do eventual substituto nem qual cargo o professor ocuparia no governo.
O líder do M5S também jogou a responsabilidade para a Liga, que chegou a escrever um "contrato" com o movimento antissistema, mas resiste em abrir mão de Savona. "Não depende de nós, depende da outra força política que faz parte do contrato. Estamos dispostos a reconvocar [Giuseppe] Conte ao Quirinale", disse.
O secretário da Liga, Matteo Salvini, no entanto, não parece disponível a recuar. "Se me tirarem um só homem daquela equipe de governo, não há sentido que o governo exista. Se alguém, pelos motivos mais bizarros, não cai bem para a Europa, para Berlim, para os mercados, para [Angela] Merkel e para os bancos, o que podemos fazer?", declarou.
As pesquisas mostram que Salvini seria o maior beneficiado por eleições antecipadas, já que a Liga aparece com quase 10 pontos a mais do que os 17% dos votos conquistados em 4 de março. Se esse resultado se confirmasse nas urnas, o líder da direita nacionalista teria mais força perante o M5S e o próprio Mattarella.
Enquanto isso, Cottarelli segue como primeiro-ministro encarregado, mas ele e o presidente decidiram dar mais tempo para a possibilidade de um governo político. (ANSA)
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