Itália diz à UE que não pode lidar com 'todos os imigrantes'
ROMA, 20 JUN (ANSA) - O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, recebeu nesta quarta-feira (20), em Roma, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, para discutir a crise migratória no Mediterrâneo.
A reunião foi uma espécie de preparativo para a cúpula informal convocada para o próximo domingo (24) pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, em Bruxelas, "capital" do bloco.
Durante o encontro com Tusk, Conte afirmou que é "impensável" que a Itália tenha de lidar com os chamados "movimentos secundários", ou seja, quando um país "devolve" um solicitante de refúgio que entrara na União Europeia pela Itália, mas que se deslocou a outro Estado-membro antes da análise de seu pedido.
O argumento de Conte é que a Itália já é a nação mais exposta aos fluxos migratórios no Mediterrâneo e, por isso, não pode dar conta dos solicitantes de refúgio que foram embora. "Hoje tive um encontro muito útil com o presidente Tusk. Antecipei que não estou disponível a discutir os 'movimentos secundários' antes de enfrentar a emergência dos 'movimentos primários', que a Itália enfrenta sozinha", disse o premier no Twitter.
Já o polonês se limitou a afirmar que a reunião com Conte foi "muito positiva". Um rascunho da declaração final da cúpula de domingo ao qual ANSA teve acesso diz que os países da UE se comprometem a "reduzir o número de chegadas ilegais" no bloco e os "movimentos secundários, evitando travessias ilegais das fronteiras entre Estados-membros de migrantes e solicitantes de refúgio".
Além disso, o texto fala em aumentar controles em viagens de trem, ônibus e avião e obriga solicitantes de refúgio a ficarem no país onde pediram proteção internacional. O documento ainda defende a transformação da Agência Europeia de Guarda de Fronteira e Costeira (Frontex) em uma "verdadeira polícia de fronteiras".
O rascunho também propõe recursos para um fundo voltado à África e a elaboração de uma lista europeia de "países de origem seguros". O ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, criticou o texto e afirmou que ele não ajuda o país a combater a emergência migratória.
De acordo com o último relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), apresentado nesta semana, a Itália abriga 353,9 mil solicitantes de refúgio ou refugiados, número que a coloca em 16º lugar no ranking de países que mais acolhem.
Na União Europeia, a Itália fica atrás de Alemanha (segunda, com 1,4 milhão) e França (15ª, com 400 mil) em números absolutos. A lista das nações que mais abrigam refugiados é dominada por países emergentes ou subdesenvolvidos, como Turquia (primeira, com 3,8 milhões) e Paquistão (terceiro, com 1,39 milhão). (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
A reunião foi uma espécie de preparativo para a cúpula informal convocada para o próximo domingo (24) pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, em Bruxelas, "capital" do bloco.
Durante o encontro com Tusk, Conte afirmou que é "impensável" que a Itália tenha de lidar com os chamados "movimentos secundários", ou seja, quando um país "devolve" um solicitante de refúgio que entrara na União Europeia pela Itália, mas que se deslocou a outro Estado-membro antes da análise de seu pedido.
O argumento de Conte é que a Itália já é a nação mais exposta aos fluxos migratórios no Mediterrâneo e, por isso, não pode dar conta dos solicitantes de refúgio que foram embora. "Hoje tive um encontro muito útil com o presidente Tusk. Antecipei que não estou disponível a discutir os 'movimentos secundários' antes de enfrentar a emergência dos 'movimentos primários', que a Itália enfrenta sozinha", disse o premier no Twitter.
Já o polonês se limitou a afirmar que a reunião com Conte foi "muito positiva". Um rascunho da declaração final da cúpula de domingo ao qual ANSA teve acesso diz que os países da UE se comprometem a "reduzir o número de chegadas ilegais" no bloco e os "movimentos secundários, evitando travessias ilegais das fronteiras entre Estados-membros de migrantes e solicitantes de refúgio".
Além disso, o texto fala em aumentar controles em viagens de trem, ônibus e avião e obriga solicitantes de refúgio a ficarem no país onde pediram proteção internacional. O documento ainda defende a transformação da Agência Europeia de Guarda de Fronteira e Costeira (Frontex) em uma "verdadeira polícia de fronteiras".
O rascunho também propõe recursos para um fundo voltado à África e a elaboração de uma lista europeia de "países de origem seguros". O ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, criticou o texto e afirmou que ele não ajuda o país a combater a emergência migratória.
De acordo com o último relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), apresentado nesta semana, a Itália abriga 353,9 mil solicitantes de refúgio ou refugiados, número que a coloca em 16º lugar no ranking de países que mais acolhem.
Na União Europeia, a Itália fica atrás de Alemanha (segunda, com 1,4 milhão) e França (15ª, com 400 mil) em números absolutos. A lista das nações que mais abrigam refugiados é dominada por países emergentes ou subdesenvolvidos, como Turquia (primeira, com 3,8 milhões) e Paquistão (terceiro, com 1,39 milhão). (ANSA)
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