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Máfias de Roma se assemelham cada vez mais à Cosa Nostra

18/07/2018 18h38

ROMA, 18 JUL (ANSA) - Um relatório divulgado nesta quarta-feira (18) pela Direção Investigativa Antimáfia (DIA), órgão ligado ao governo da Itália, revelou que os grupos criminosos que atuam em Roma se assemelham cada vez mais às máfias da Sicília (Cosa Nostra), da Calábria ('ndrangheta) e da Campânia (Camorra).   

Esses grupos, diz o documento da DIA, se baseiam em "estreitos vínculos de parentesco e evidenciam um modus operandi" similar ao das máfias tradicionais do país. "Os êxitos investigativos e judiciários dos últimos anos continuam a dar conta de uma realidade, aquela romana, particularmente complexa do ponto de vista das infiltrações criminais", diz o relatório.   

Segundo a DIA, a Cosa Nostra, a 'ndrangheta e a Camorra também conseguiram se "adaptar às características socioeconômicas do território" e unir seus interesses aos de "quadrilhas autóctones que, embora diversas entre elas, em termos de modelos estruturais e de exercício do poder criminal adotaram o modelo operacional da máfia".   

O relatório ainda diz que a Cosa Nostra atravessa uma fase de "transição" depois da morte do chefão Totò Riina, o mais sanguinário dos mafiosos italianos, em novembro de 2017. Segundo a DIA, há o risco de "atos de força" devido às "fortes tensões" dentro da organização criminosa.   

O departamento descarta que o sucessor de Riina seja o foragido Matteo Messina Denaro e prevê um comando "compartilhado". O relatório ainda evidencia a atuação de máfias estrangeiras no tráfico de seres humanos no Mediterrâneo, um dos principais negócios para esses grupos.   

As "viagens da morte" entre África e Itália são organizadas sobretudo por marroquinos e líbios. (ANSA)
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